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No sentido de darmos sustentação, vivacidade ao assunto a que nos propomos discutir, eis que um questionamento emerge e se constitui de uma relevância inquestionável: o que você busca ao ler um texto? Quais as expectativas que se formam mediante tal procedimento?
Antes de tudo, não é por acaso que afirmamos e reafirmamos que a leitura, concebida como fonte de enriquecimento cultural, como aprimoramento da capacidade argumentativa e da competência linguística, apresenta-se como algo imprescindível a todos nós, usuários desse estimável, rico e precioso idioma – a língua portuguesa. Nesse sentido, não conseguimos enxergar ninguém que a realiza sem nenhum intuito, sem nenhuma finalidade, ou seja, inseridos em tal contexto, buscamos sempre nos tornar um pouco mais conhecedores acerca de um determinado assunto, não é verdade? Pois bem, eis que é exatamente a partir desse aspecto que reside o ponto central de nossa discussão – a informatividade. Esse elemento, concebido no seu sentido literal, possui características denotativas relacionadas ao ato de informar, ou seja, caracteriza-se como a competência, como a capacidade que se atribui a um determinado texto de acrescentar informações novas ao interlocutor.
Dessa forma, não é descabido afirmar que, semelhantemente a tantas outras características as quais agregam valor ao discurso, tornando-o preciso, a informatividade precisa ser ajustada ao perfil dos interlocutores, à finalidade comunicativa a que se presta o discurso, ao contexto enunciativo, enfim. Tudo isso traduzido em outras palavras, ou seja, existem textos que retratam um grau de informatividade maior que outros, em se tratando daqueles que circulam no meio jornalístico, por exemplo, tais como a notícia, a reportagem, entre outros. Dessa forma, eles precisam se constituir de um médio grau de informação, justamente para atender às expectativas do público que os espera. Agora, fazendo menção aos textos acadêmicos, sobretudo, não é demais ressaltar que esses precisam se constituir de um grau mais elevado, evidentemente.
Certos de que esse assunto renderia uma calorosa e intensa discussão, ocupemo-nos em enfatizar acerca de outro aspecto, explicitamente contraditório ao elemento que acabamos de eleger, isto é, estamos nos referindo ao senso comum, considerado como aquele procedimento que nada agrega ao discurso. Como o próprio nome já diz, trata-se de uma “informação” (se é que assim pode ser denominada) revelada por um intenso juízo de valor, ou seja, não se constitui de argumentos consistentes, ao contrário, define-se como expressões totalmente isentas de comprovação científica, razão pela qual devem ser desprezadas a qualquer custo.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras