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Os 8 exemplos de redação nota 1000 no Enem com comentários que apresentamos a seguir são uma ótima forma de verificar quais critérios devem ser atendidos para conquistar a nota máxima no maior vestibular do país.
Leia também: Como fazer uma redação nota 1000 no Enem?
Tópicos deste artigo
- 1 - 8 exemplos de redação nota 1000 no Enem com comentários
- 2 - Comentários sobre as redações nota 1000 do Enem
8 exemplos de redação nota 1000 no Enem com comentários
→ Redação nota 1000 do Enem 2023
Tema: Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil
Autor: Helena Moreira Alves
A dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da Constituição Federal, proposta no Artigo 1º. Esse fundamento pode ser garantido através do exercício do trabalho — que contribui para o desenvolvimento do indivíduo ao fornecê-lo condições para se sustentar na sociedade. Contudo, apesar de ser fundamento constitucional, percebe-se que, na realidade atual do país, a dignidade humana é violada pela invisibilização do trabalho de cuidado realizado por mulheres. Nesse prisma, deve-se analisar como a desvalorização do trabalho manual e a perpetuação do machismo são desafios para enfrentar essa realidade contrária à Constituição.
A princípio, cabe salientar que há uma influência cultural que explica a desvalorização do trabalho manual. Na Grécia Antiga, o trabalho braçal era considerado inferior porque os mais ricos — detentores de melhores condições de vida — eram pensadores, ou seja, eram aqueles que exerciam trabalho mental. Partindo da compreensão de que a história das sociedades ocidentais, como o Brasil, é baseada na cultura grega, é inevitável dizer que a desvalorização de serviços braçais — como o trabalho de cuidado realizado por mulheres que limpam, lavam, cozinham e cuidam de crianças e idosos — é resultado de uma cultura elitista enraizada nas sociedades do Ocidente. Dessa forma, mudar essa realidade estrutural é uma tarefa complexa, já que envolve uma questão cultural, porém é uma ação necessária para que o elitismo não favoreça a desqualificação de certos tipos de trabalho.
Outrossim, a perpetuação do machismo é uma arma que invibiliza o valor social das mulheres. Foucalt — filósofo francês — propôs os conceitos de silenciamento e normalização, explicando que a sociedade silencia alguns assuntos para perpetuar organizações de poder e normaliza problemas sociais quando eles se tornam repetitivos. Fazendo um paralelo com os estudos do filósofo, entende-se que o machismo foi normalizado pela sociedade devido a sua perpetuação ao longo da história e silenciado pelo patriarcado que queria manter-se no poder. Um exemplo pode ser visto quando o voto foi concedido às mulheres, que, de início, precisavam ser casadas com um homem para votar. Ou seja, até num pequeno indício de liberdade, as mulheres tiveram seu valor social silenciado pelo machismo, realidade que está — negativamente — normalizada na sociedade atual. Infere-se, portanto, que modificar essa realidade discriminatória e opressora é missão da sociedade.
Logo, cabe ao Governo — administrador do país — financiar as escolas para criar projetos de valorização a todos os tipos de trabalho e às mulheres, através de palestras, a fim de romper com o elitismo e o machismo que desconsideram as cuidadoras brasileiras. Talvez, assim, as mulheres não serão mais invisibilizadas e terão sua dignidade humana garantida.
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→ Redação nota 1000 do Enem 2022
Tema: Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil
Autor: Nicole Carvalho Almeida
No Brasil, o Artigo 1º da Constituição Federal de 1988 delibera a garantia da cidadania e da integridade da pessoa humana como fundamento para a instituição do Estado Democrático de Direito, no qual deve-se assegurar o bem-estar coletivo. No entanto, hodiernamente, não há o cumprimento efetivo dessa premissa para a totalidade dos cidadãos, haja vista os empecilhos no que tange à valorização de comunidades e povos tradicionais no país. Nesse viés, torna-se essencial analisar duas vertentes relacionadas à problemática: a inferiorização desses grupos bem como a perspectiva do mercado nacional.
Sob esse prisma, é primordial destacar a discriminação contra esses indivíduos no Brasil. Nesse sentido, de acordo com o sociólogo canadense Erving Goffman, o estigma caracteriza-se por atributos profundamente depreciativos estabelecidos pelo meio social. Nesse contexto, observa-se a maneira como os povos tradicionais, a exemplo dos quilombolas e dos ciganos, sofrem a estigmatização na sociedade brasileira, pois são, muitas vezes, considerados sujeitos sem utilidade para o crescimento econômico do país, uma vez que as práticas de subsistência são comuns nessas comunidades. Dessa forma, ocorre a marginalização desses grupos, fato o qual os distancia da valorização no país.
Outrossim, é relevante ressaltar a perspectiva mercadológica brasileira como fator agravante dessa realidade. Nessa conjuntura, segundo a obra “O Capital”, escrita pelos filósofos economistas Karl Marx e Friedrich Engels, o capitalismo prioriza a lucratividade em detrimento de valores. Nesse cenário, diversas empresas, no Brasil, estruturadas em base capitalista, atuam a partir de mecanismos de financiamento e apoio às legislações que incentivam a exploração de territórios ambientais habitados por povos tradicionais, como a região amazônica, sem levar em consideração a defesa da sociobiodiversidade nessas comunidades. Desse modo, há a manutenção de ações as quais visam somente ao lucro no mercado corporativo e são coniventes com processos de apropriação bem como de desvalorização dos nichos sociais de populações tradicionais no país.
Portanto, são necessárias intervenções capazes de fomentar a valorização desses indivíduos na sociedade brasileira. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação promover a mudança das concepções discriminatórias contra as comunidades tradicionais, por meio da realização de palestras periódicas nas escolas, ministradas por sociólogos e antropólogos, as quais conscientizem os sujeitos acerca da importância desses povos para o país, a fim de minimizar o preconceito nesse âmbito. Além disso, é dever do Ministério da Economia impor sanções às empresas que explorem os territórios habitados por essas comunidades, com o intuito de desestimular tais ações. A partir dessas medidas, a desvalorização das populações tradicionais poderá ser superada no Brasil.
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→ Redação nota 1000 do Enem 2021
Tema: Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil
Autor: Pedro Henrique Rezende Machado
Para a filósofa estadunidense Nancy Fraser, o conceito de justiça social funde-se em duas frentes, sendo uma delas a do reconhecimento, referente à existência e à visibilidade de um determinado grupo ou indivíduo perante o poder público e a sociedade. Nesse viés, a fim do efetivo asseguramento da cidadania de seus indivíduos, o corpo estatal exige a materialização do existir de seus cidadãos mediante documentos oficiais, os quais proporcionam o acesso a prerrogativas e serviços que lhes cabem aos indivíduos registrados. No entanto, não raras são as ocasiões em que não há tais registros, o que levanta debates acerca da importância dos documentos civis e da devida regularização dos cidadãos à garantia de acesso à cidadania plena e, portanto, à visibilidade, no Brasil, embasados, sobretudo, na oportunidade de indivíduos alijados à sociedade ascenderem de condições de vida, somada à possibilidade de estes construírem ser verdadeiro “eu”. Tendo isso em vista, o Estado deve agir visando à facilitação e à democratização de tal processo civil.
De início, é notório o caráter indispensável do registro civil na promoção da cidadania, em especial, de indivíduos à margem da sociedade e da atuação do poder público, possibilitando sua ascensão social. Segundo o geógrafo Milton Santos, o Brasil vive um cenário de cidadanias mutiladas, em que, embora a Constituição preveja, de forma universal e indistinta, o acesso a prerrogativas, estas não são efetivamente consubstanciadas na prática, engendrando disparidades sociais baseadas, principalmente, no poder econômico dos membros da sociedade. Nesse contexto, pessoas em uma posição inferior de pirâmide social têm seus direitos renegados, em uma estrutura baseada no capital, restando ao Estado o dever de, ainda que parcialmente, complementar a iniciativa privada na oferta de serviços e de prerrogativas mercantilizadas, em busca de uma conjuntura de maior equidade social. Dessa forma, o registro civil, ao estabelecer a conexão indivíduo-poder público, permite que este atue de forma localizada e eficiente sobre comunidades ou cidadãos, com o fito de promover sua ascensão social, tendo o documento papel primordial nesse intermédio.
Além disso, já em um âmbito existencialista, a regularização do indivíduo, ao materializar sua existência, fornece um importante amparo na síntese de seu verdadeiro “eu”. Conforme o filósofo Jean-Paul Sartre, o homem é dotado de liberdade para construir sua essência, mediante tomadas de decisões, porém apenas quando sobre ela precede a existência humana. Nessa perspectiva, o fato de existir é imprescindível para que o cidadão, em seu íntimo, seja capaz de, ao longo de sua vivência, sintetizar quem ele realmente é, com toda a liberdade intrínseca a sua existência. Desse modo, o registro civil de uma família, por exemplo, permitirá que esta, sob um regime de supervisão e auxílio do Estado, seja atriz de sua própria história, definindo a essência de cada um de seus membros e sintetizando, de forma ativa, seu legado a gerações futuras, tornando-se mais visíveis a elas, ao corpo estatal e à sociedade como um todo, o que ressalta sua cidadania.
Portanto, em vista dos benefícios inerentes ao registro civil e sua facilitação, no que se refere à cidadania, faz-se necessário que o Estado, através de parcerias entre as esferas federal, estadual e municipal, democratize a retirada de documentos cidadãos, por meio da construção de centros de registro e cartórios em zonas periféricas ou interioranas, os quais disponibilizem atendimento integral e direcionado a indivíduos de baixa renda que não tiveram a oportunidade de reivindicar seus documentos. A finalidade de tal ação é ampliar e garantir o acesso à cidadania plena no Brasil, já que esta só pode ser integralmente alcançada, na maioria dos casos, com, no mínimo, a certidão de nascimento, justamente por informar o poder público a respeito de sua existência como cidadão. Somente assim, poder-se-á construir um cenário de justiça social e de reconhecimento igualitário dos indivíduos perante o corpo social e estatal, universalizando prerrogativas e fazendo da sociedade uma instituição harmoniosa e, em seu conjunto, cidadã.
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→ Redação nota 1000 do Enem 2019
Tema: Democratização do acesso ao cinema
Autor: Gabriel Melo Caldas Nogueira
Para o filósofo escocês David Hume, a principal característica que difere o ser humano dos outros animais é o poder de seu pensamento, habilidade que o permite ver aquilo que nunca foi visto e ouvir aquilo que nunca foi ouvido. Sob essa ótica, vê-se que o cinema representa a capacidade de transpor para a tela as ideias e os pensamentos presentes no intelecto das pessoas, de modo a possibilitar a criação de novos universos e, justamente por esse potencial cognitivo, ele é muito relevante. É prudente apontar, diante disso, que a arte cinematográfica deve ser democratizada, em especial no Brasil – país rico em expressões culturais que podem dialogar com esse modelo artístico –, por razões que dizem respeito tanto à sociedade quanto às leis.
Em primeiro lugar, é válido frisar que o cinema dialoga com uma elementar necessidade social e, consequentemente, não pode ser deixada em segundo plano. Para entender essa lógica, pode-se mencionar o renomado historiador holandês Johan Huizinga, o qual, no livro “Homo Ludens”, ratifica a constante busca humana pelo prazer lúdico, pois ele promove um proveitoso bem-estar. É exatamente nessa conjuntura que se insere o fenômeno cinematográfico, uma vez que ele, ao possibilitar a interação de vários indivíduos na contemplação do espetáculo, faz com que a plateia participe das histórias, de forma a compartilhar experiências e vivências – o que representa o fator lúdico mencionado pelo pensador. É perceptível, portanto, o louvável elemento benfeitor dessa criação artística, capaz de garantir a coesão da comunidade.
Em segundo lugar, é oportuno comentar que o cenário do cinema supracitado remete ao que defende o arcabouço jurídico do país. Isso porque o artigo 215 da Constituição Federal é claro em caracterizar os bens culturais como um direito de todos, concebidos com absoluta prioridade por parte do Estado. Contudo, é desanimador notar que tal diretriz não dá sinais de plena execução e, para provar isso, basta analisar as várias pesquisas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que demonstram a lamentável distribuição irregular das práticas artísticas – dentre elas, o cinema –, uma vez que estão restritas a poucos municípios brasileiros. Vê-se, então, o perigo da norma apresentada findar em desuso, sob pena de confirmar o que propunha Dante Alighiere, em “A Divina Comédia”: “As leis existem, mas quem as aplica?”. Esse cenário, certamente, configura-se como desagregador e não pode ser negligenciado.
Por fim, caminhos devem ser elucidados para democratizar o acesso ao cinema no Brasil, levando-se em consideração as questões sociais e legislativas abordadas. Sendo assim, cabe ao Governo Federal – órgão responsável pelo bem-estar e lazer da população – elaborar um plano nacional de incentivo à prática cinematográfica, de modo a instituir ações como a criação de semanas culturais nacionais, bem como o desenvolvimento de atividades artísticas públicas. Isso pode ser feito por meio de uma associação entre prefeituras, governadores e setores federais – já que o fenômeno envolve todos esses âmbitos administrativos –, os quais devem executar periódicos eventos, ancorados por atores e diretores, que visem exibir filmes gratuitos para a comunidade civil. Esse projeto deve se adaptar à realidade de cada cidade para ser efetivo. Dessa forma, o cinema poderá ser, enfim, democratizado, o que confirmará o que determina o artigo 215 da Constituição. Assim, felizmente, os cidadãos poderão desfrutar das benesses advindas dessa engrandecedora ação artística.
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→ Redação nota 1000 do Enem 2018
Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet
Autor: Carolina Mendes Pereira
Em sua canção “Pela Internet”, o cantor brasileiro Gilberto Gil louva a quantidade de informações disponibilizadas pelas plataformas digitais para seus usuários. No entanto, com o avanço de algoritmos e mecanismos de controle de dados desenvolvidos por empresas de aplicativos e redes sociais, essa abundância vem sendo restringida e as notícias, e produtos culturais vêm sendo cada vez mais direcionados – uma conjuntura atual apta a moldar os hábitos e a informatividade dos usuários. Desse modo, tal manipulação do comportamento de usuários pela seleção prévia de dados é inconcebível e merece um olhar mais crítico de enfrentamento.
Em primeiro lugar, é válido reconhecer como esse panorama supracitado é capaz de limitar a própria cidadania do indivíduo. Acerca disso, é pertinente trazer o discurso do filósofo Jürgen Habermas, no qual ele conceitua a ação comunicativa: esta consiste na capacidade de uma pessoa em defender seus interesses e demonstrar o que acha melhor para a comunidade, demandando ampla informatividade prévia. Assim, sabendo que a cidadania consiste na luta pelo bem-estar social, caso os sujeitos não possuam um pleno conhecimento da realidade na qual estão inseridos e de como seu próximo pode desfrutar do bem comum – já que suas fontes de informação estão direcionadas –, eles serão incapazes de assumir plena defesa pelo coletivo. Logo, a manipulação do comportamento não pode ser aceita em nome do combate, também, ao individualismo e do zelo pelo bem grupal.
Em segundo lugar, vale salientar como o controle de dados pela internet vai de encontro à concepção do indivíduo pós-moderno. Isso porque, de acordo com o filósofo pós-estruturalista Stuart-Hall, o sujeito inserido na pós-modernidade é dotado de múltiplas identidades. Sendo assim, as preferências e ideias das pessoas estão em constante interação, o que pode ser limitado pela prévia seleção de informações, comerciais, produtos, entre outros. Por fim, seria negligente não notar como a tentativa de tais algoritmos de criar universos culturais adequados a um gosto de seu usuário criam uma falsa sensação de livre-arbítrio e tolhe os múltiplos interesses e identidades que um sujeito poderia assumir.
Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar essa problemática. Para tanto, as instituições escolares são responsáveis pela educação digital e emancipação de seus alunos, com o intuito de deixá-los cientes dos mecanismos utilizados pelas novas tecnologias de comunicação e informação e torná-los mais críticos. Isso pode ser feito pela abordagem da temática, desde o ensino fundamental – uma vez que as gerações estão, cada vez mais cedo, imersas na realidade das novas tecnologias –, de maneira lúdica e adaptada à faixa etária, contando com a capacitação prévia dos professores acerca dos novos meios comunicativos. Por meio, também, de palestras com profissionais das áreas da informática que expliquem como os alunos poderão ampliar seu meio de informações e demonstrem como lidar com tais seletividades, haverá um caminho traçado para uma sociedade emancipada.
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→ Redação nota 1000 do Enem 2017
Tema: Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil
Autor: Mariana Camelier Mascarenhas
Na antiga Esparta, crianças com deficiência eram assassinadas, pois não poderiam ser guerreiras, profissão mais valorizada na época. Na contemporaneidade, tal barbárie não ocorre mais, porém há grandes dificuldades para garantir aos deficientes – em especial os surdos – o acesso à educação, devido ao preconceito ainda existente na sociedade e à falta de atenção do Estado à questão.
Inicialmente, um entrave é a mentalidade retrógrada de parte da população, que age como se os deficientes auditivos fossem incapazes de estudar e, posteriormente, exercer uma profissão. De fato, tal atitude se relaciona ao conceito de banalidade do mal, trazido pela socióloga Hannah Arendt: quando uma atitude agressiva ocorre constantemente, as pessoas param de vê-la como errada. Um exemplo disso é a discriminação contra os surdos nas escolas e faculdades – seja por olhares maldosos ou pela falta de recursos para garantir seu aprendizado. Nessa situação, o medo do preconceito, que pode ser praticado mesmo pelos educadores, possivelmente leva à desistência do estudo, mantendo o deficiente à margem dos seus direitos – fato que é tão grave e excludente quanto os homicídios praticados em Esparta, apenas mais dissimulado.
Outro desafio enfrentado pelos portadores de deficiência auditiva é a inobservância estatal, uma vez que o governo nem sempre cobra das instituições de ensino a existência de aulas especializadas para esse grupo – ministradas em Libras – além da avaliação do português escrito como segunda língua. De acordo com Habermas, incluir não é só trazer para perto, mas também respeitar e crescer junto com o outro. A frase do filósofo alemão mostra que, enquanto o Estado e a escola não garantirem direitos iguais na educação dos surdos – com respeito por parte dos professores e colegas – tal minoria ainda estará sofrendo práticas discriminatórias.
Destarte, para que as pessoas com deficiência na audição consigam o acesso pleno ao sistema educacional, é preciso que o Ministério da Educação, em parceria com as instituições de ensino, promova cursos de Libras para os professores, por meio de oficinas de especialização à noite – horário livre para a maioria dos profissionais – de maneira a garantir que as escolas e universidades possam ter turmas para surdos, facilitando o acesso desse grupo ao estudo. Em adição, o Estado deve divulgar propagandas institucionais ratificando a importância do respeito aos deficientes auditivos, com postagens nas redes sociais, para que a discriminação dessa minoria seja reduzida, levando à maior inclusão.
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→ Redação nota 1000 do Enem 2016
Tema: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil
Autor: Vinícius Oliveira de Lima
Tolerância na prática
A Constituição Federal de 1988 – norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro – assegura a todos a liberdade de crença. Entretanto, os frequentes casos de intolerância religiosa mostram que os indivíduos ainda não experimentam esse direito na prática. Com efeito, um diálogo entre sociedade e Estado sobre os caminhos para combater a intolerância religiosa é medida que se impõe.
Em primeiro plano, é necessário que a sociedade não seja uma reprodução da casa colonial, como disserta Gilberto Freyre em “Casa-grande e Senzala”. O autor ensina que a realidade do Brasil até o século XIX estava compactada no interior da casa-grande, cuja religião oficial era católica, e as demais crenças – sobretudo africanas – eram marginalizadas e se mantiveram vivas porque os negros lhes deram aparência cristã, conhecida hoje por sincretismo religioso. No entanto, não é razoável que ainda haja uma religião que subjugue as outras, o que deve, pois, ser repudiado em um Estado laico, a fim de que se combata a intolerância de crença.
De outra parte, o sociólogo Zygmunt Bauman defende, na obra “Modernidade Líquida”, que o individualismo é uma das principais características – e o maior conflito – da pós-modernidade, e, consequentemente, parcela da população tende a ser incapaz de tolerar diferenças. Esse problema assume contornos específicos no Brasil, onde, apesar do multiculturalismo, há quem exija do outro a mesma postura religiosa e seja intolerante àqueles que dela divergem. Nesse sentido, um caminho possível para combater a rejeição à diversidade de crença é desconstruir o principal problema da pós-modernidade, segundo Zygmunt Bauman: o individualismo.
Urge, portanto, que indivíduos e instituições públicas cooperem para mitigar a intolerância religiosa. Cabe aos cidadãos repudiar a inferiorização das crenças e dos costumes presentes no território brasileiro, por meio de debates nas mídias sociais capazes de desconstruir a prevalência de uma religião sobre as demais. Ao Ministério Público, por sua vez, compete promover as ações judiciais pertinentes contra atitudes individualistas ofensivas à diversidade de crença. Assim, observada a ação conjunta entre população e poder público, alçará o país a verdadeira posição de Estado Democrático de Direito.
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→ Redação nota 1000 do Enem 2013
Tema: Efeitos da implantação da Lei seca no Brasil
Autor: Paulo Henrique Caban Stern Matta
Sucesso absoluto
Historicamente causadores de inúmeras vítimas, os acidentes de trânsito vêm ocorrendo com frequência cada vez menor, no Brasil. Essa redução se deve, principalmente, à implantação da Lei Seca ao longo de todo o território nacional, diminuindo a quantidade de motoristas que dirigem após terem ingerido bebida alcoólica. A maior fiscalização, aliada à imposição de rígidos limites e à conscientização da população, permitiu que tal alteração fosse possível.
As estatísticas explicitam a queda brusca na ocorrência de óbitos decorrentes de acidentes de trânsito depois da entrada da Lei Seca em vigor. A proibição absoluta do consumo de álcool antes de se dirigir e a existência de diversos pontos de fiscalização espalhados pelo país tornaram menores as tentativas de burlar o sistema. Dessa forma, em vez de fugirem dos bafômetros e dos policiais, os motoristas deixam de beber e, com isso, mantêm-se aptos a dirigir sem que transgridam a lei.
Outro aspecto de suma relevância para essa mudança foi a definição de limites extremamente baixos para o nível de álcool no sangue, próximos de zero. Isso fez com que acabasse a crença de que um copo não causa qualquer diferença nos reflexos e nas reações do indivíduo e que, portanto, não haveria problema em consumir doses pequenas. A capacidade de julgamento de cada pessoa, outrora usada como teste, passou a não mais sê-lo e, logo, todos têm que respeitar os mesmos índices independentemente do que consideram certo para si.
Entretanto, nenhuma melhoria seria possível sem a realização de um amplo programa de conscientização. A veiculação de diversas propagandas do governo que alertavam sobre os perigos da direção sob qualquer estado de embriaguez foi importantíssima na percepção individual das mudanças necessárias. Isso fez com que cada pessoa passasse a saber os riscos que infligia a si e a todos à sua volta quando bebia e dirigia, amenizando a obrigatoriedade de haver um controle severo das forças policiais.
É inegável a eficiência da Lei Seca em todas as suas propostas, formando uma geração mais consciente e protegendo os cidadãos brasileiros. Para torná-la ainda mais eficaz, uma ação válida seria o incremento da frota de transportes coletivos em todo o país, especialmente à noite, para que cada um consuma o que deseja e volte para casa em segurança. Além disso, durante um breve período, a fiscalização poderia ser fortalecida, buscando convencer motoristas que ainda tentam burlar o Estado. O panorama atual já é extremamente animador e as projeções, ainda melhores, porém apenas com a ação conjunta de povo e governo será alcançada a perfeição.
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Comentários sobre as redações nota 1000 do Enem
A redação do Enem é avaliada em 5 competências, cada uma priorizando aspectos do texto que se complementam. A cada ano, essas competências podem passar por pequenas alterações, por isso algumas das redações acima se diferenciam em características bem pontuais. Um exemplo dessas modificações mostra-se no uso de conectivos no início dos parágrafos, visto que as redações mais antigas apresentam um uso menos recorrente do que as mais atuais. Atualmente, o uso de conectivos entre parágrafos é uma exigência para nota mil.
A seguir, veja comentários sobre as redações nota 1000 do Enem em relação a cada uma das competências.
→ Comentários sobre as redações nota 1000 do Enem em relação à competência 1
Em relação à competência 1, observa-se que as redações não apresentam desvios gramaticais recorrentes nem problemas de estrutura sintática, sendo assim, adequam-se ao nível máximo da competência. Além disso, verifica-se que os candidatos demonstram ótimo domínio da linguagem formal, apresentando estruturas sintáticas complexas, com períodos compostos e invertidos, o que evidencia o domínio da modalidade formal da língua portuguesa. Pode-se constatar esses aspectos nos trechos abaixo:
Nesse viés, a fim do efetivo asseguramento da cidadania de seus indivíduos, o corpo estatal exige a materialização do existir de seus cidadãos mediante documentos oficiais, os quais proporcionam o acesso a prerrogativas e serviços que lhes cabem aos indivíduos registrados. (Pedro Henrique)
Partindo da compreensão de que a história das sociedades ocidentais, como o Brasil, é baseada na cultura grega, é inevitável dizer que a desvalorização de serviços braçais — como o trabalho de cuidado realizado por mulheres que limpam, lavam, cozinham e cuidam de crianças e idosos — é resultado de uma cultura elitista enraizada nas sociedades do Ocidente. (Helena Moreira)
→ Comentários sobre as redações nota 1000 do Enem em relação à competência 2
Em relação à competência 2, as redações apresentam todos os requisitos necessários: adequação ao tipo textual, abordagem completa do tema e uso de repertório sociocultural legítimo e pertinente.
Em relação à estrutura, é evidente que as redações se dividem em parágrafos adequadamente separados para cumprir as funções de introdução (apresentação e problematização do tema mais tese), de desenvolvimento (apresentação dos argumentos, uso de repertório e defesa crítica do argumento) e de conclusão (desfecho conclusivo e proposta de intervenção).
Destaca-se que a maioria dos autores utilizou teses com argumentos explícitos na introdução - como é possível verificar nos fragmentos abaixo - aspecto que favorece a competência 2.
Nesse viés, torna-se essencial analisar duas vertentes relacionadas à problemática: a inferiorização desses grupos bem como a perspectiva do mercado nacional. (Nicole Carvalho)
(...), porém há grandes dificuldades para garantir aos deficientes – em especial os surdos – o acesso à educação, devido ao preconceito ainda existente na sociedade e à falta de atenção do Estado à questão. (Mariana Camelier)
Além disso, os autores construíram desenvolvimentos críticos e amparados em repertório sociocultural legítimo e pertinente, ou seja, um conhecimento verídico e relevante para o tema, como se verifica nos trechos a seguir:
Em primeiro plano, é necessário que a sociedade não seja uma reprodução da casa colonial, como disserta Gilberto Freyre em “Casa-grande e Senzala”. O autor ensina que a realidade do Brasil até o século XIX estava compactada no interior da casa-grande, cuja religião oficial era católica, e as demais crenças – sobretudo africanas – eram marginalizadas e se mantiveram vivas porque os negros lhes deram aparência cristã, conhecida hoje por sincretismo religioso. No entanto, não é razoável que ainda haja uma religião que subjugue as outras, o que deve, pois, ser repudiado em um Estado laico, a fim de que se combata a intolerância de crença. (Vinícius Oliveira)
Observa-se que o parágrafo começa com a apresentação do argumento de que a intolerância religiosa permanece devido a um pensamento colonial. Em segundo momento, o autor cita o repertório de Gilberto Freire, explica-o e, em seguida, o utiliza como uma legitimidade do seu argumento, visto que o especialista afirma que, no período colonial, apenas a religião católica era permitida. Por fim, o autor enfatiza seu posicionamento crítico, afirmando que esse tipo de situação não pode permanecer na contemporaneidade.
→ Comentários sobre as redações nota 1000 do Enem em relação à competência 3
A respeito da competência 3, destaca-se que os autores apresentam produções críticas, reflexivas e bem defendidas, o que atesta o projeto de texto e o caráter autoral das redações. Essas características são fundamentais para obter êxito na competência 3, pois ela analisa a capacidade do candidato de articular ideias e conhecimentos de forma organizada e coerente, a fim de defender sua tese. O parágrafo abaixo exemplifica essa característica:
Em primeiro lugar, é válido reconhecer como esse panorama supracitado é capaz de limitar a própria cidadania do indivíduo. Acerca disso, é pertinente trazer o discurso do filósofo Jürgen Habermas, no qual ele conceitua a ação comunicativa: esta consiste na capacidade de uma pessoa em defender seus interesses e demonstrar o que acha melhor para a comunidade, demandando ampla informatividade prévia. Assim, sabendo que a cidadania consiste na luta pelo bem-estar social, caso os sujeitos não possuam um pleno conhecimento da realidade na qual estão inseridos e de como seu próximo pode desfrutar do bem comum – já que suas fontes de informação estão direcionadas –, eles serão incapazes de assumir plena defesa pelo coletivo. Logo, a manipulação do comportamento não pode ser aceita em nome do combate, também, ao individualismo e do zelo pelo bem grupal. (Carolina Mendes)
Observa-se que, no trecho destacado em negrito, a autora faz uma explicação sobre o repertório utilizado e sobre seu argumento. Para isso, ela articula os conceitos teóricos com o tema debatido, evidenciando sua autoria na construção da argumentação.
Além disso, as redações apresentam bons projetos de texto, visto que ordenam as informações de modo favorável ao desenvolvimento das ideias e à defesa da tese. Além disso, estruturam os desenvolvimentos na ordem dos argumentos citados na tese, como se verifica no exemplo abaixo:
Nesse viés, torna-se essencial analisar duas vertentes relacionadas à problemática: a inferiorização desses grupos bem como a perspectiva do mercado nacional. (Tese) (Nicole Carvalho)
Sob esse prisma, é primordial destacar a discriminação contra esses indivíduos no Brasil. (Tópico frasal do desenvolvimento 1) (Nicole Carvalho)
Outrossim, é relevante ressaltar a perspectiva mercadológica brasileira como fator agravante dessa realidade. (Tópico frasal do desenvolvimento 2) (Nicole Carvalho)
Para tanto, cabe ao Ministério da Educação promover a mudança das concepções discriminatórias contra as comunidades tradicionais, (...). (Ação 1 da proposta de intervenção) (Nicole Carvalho)
Além disso, é dever do Ministério da Economia impor sanções às empresas que explorem os territórios habitados por essas comunidades (...). (Ação 2 da proposta de intervenção) (Nicole Carvalho)
Observa-se, por meio dos trechos de cada parágrafo, que a autora apresenta um sólido projeto de texto, que é apresentado na introdução, com a tese, defendido no desenvolvimento, com os argumentos, e solucionado na conclusão, por meio de sugestões interventivas. O alinhamento entre as partes do texto e a manutenção da tese na redação é fundamental para a competência 3.
→ Comentários sobre as redações nota 1000 do Enem em relação à competência 4
Em relação à competência 4, nota-se que, apesar de uma mudança gradual na frequência do uso de conectivos, eles sempre estiveram presentes nas redações nota 1000 e devem ser utilizados tanto entre os parágrafos como entre os períodos.
Sob esse prisma, é primordial destacar a discriminação...
Além disso, já em um âmbito existencialista...
Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar...
Em primeiro plano, é necessário que a sociedade não seja...
Urge, portanto, que indivíduos e instituições públicas...
De acordo com Habermas, incluir não é só trazer para perto,...
Por fim, caminhos devem ser elucidados para democratizar o acesso...
Conforme o filósofo Jean-Paul Sartre, o homem é dotado de liberdade para construir...
Ressalta-se que a competência 4 não apenas vê a coesão no aspecto da organização e da harmonia entre as ideias, mas também como um recurso argumentativo, por isso o uso dos operadores argumentativos, como "Conforme", são avaliados nessa competência.
→ Comentários sobre as redações nota 1000 do Enem em relação à competência 5
Em relação à competência 5, nota-se que todas as redações apresentam propostas de intervenção aos fenômenos analisados, atentando-se aos aspectos discutidos no desenvolvimento e com o uso dos 5 elementos exigidos pelo Enem: agente, ação, modo/meio, finalidade e detalhamento. O parágrafo abaixo exemplifica essa estrutura.
Portanto, são necessárias intervenções capazes de fomentar a valorização desses indivíduos na sociedade brasileira. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação (AGENTE) promover a mudança das concepções discriminatórias contra as comunidades tradicionais (AÇÃO), por meio da realização de palestras periódicas nas escolas (MODO), ministradas por sociólogos e antropólogos, as quais conscientizem os sujeitos acerca da importância desses povos para o país (DETALHAMENTO), a fim de minimizar o preconceito nesse âmbito (FINALIDADE). Além disso, é dever do Ministério da Economia (AGENTE) impor sanções às empresas que explorem os territórios habitados por essas comunidades (AÇÃO), com o intuito de desestimular tais ações (FINALIDADE). A partir dessas medidas, a desvalorização das populações tradicionais poderá ser superada no Brasil. (Nicolas Dominic)
Nota-se que há duas propostas de intervenção no exemplo acima. A segunda proposta está incompleta, mas a primeira apresenta todos os 5 elementos, por isso alcança a nota máxima. Sendo assim, é essencial que o candidato apresente pelo menos uma proposta de intervenção com os 5 elementos.
Por fim, fica evidente que as redações conseguem atender aos requisitos de cada competência da redação do Enem, garantindo a pontuação máxima no exame.
Crédito de imagem
[1] Brenda Rocha – Blossom / Shutterstock
Fontes
INEP. A redação do Enem 2019 - Cartilha do participante. 2019. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2019/redacao_enem2019_cartilha_participante.pdf.
INEP. A redação do Enem 2020 - Cartilha do participante. 2020. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/a_redacao_do_enem_2020_-_cartilha_do_participante.pdf.
INEP. A redação do Enem 2022 - Cartilha do participante. 2022. Disponível em: https://download.inep.gov.br/download/enem/cartilha_do_participante_enem_2022.pdf.
INEP. A redação do Enem 2023 - Cartilha do participante. 2023. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/a_redacao_no_enem_2023_cartilha_do_participante.pdf.
INEP. A redação do Enem 2024 - Cartilha do participante. 2024. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/a_redacao_no_enem_2024_cartilha_do_participante.pdf.
INEP. Manual do Corretor - Competência I. 2020. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_1.pdf.
INEP. Manual do Corretor - Competência II. 2020. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_2.pdf.
INEP. Manual do Corretor - Competência III. 2020. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_3.pdf.
INEP. Manual do Corretor - Competência IV. 2020. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_4.pdf.
INEP. Manual do Corretor - Competência V. 2020. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_5.pdf.
INEP. Redação do Enem 2016 - Cartilha do participante. 2016. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2016/manual_de_redacao_do_enem_2016.pdf.
INEP. Redação do Enem 2017 - Cartilha do participante. 2017. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2017/manual_de_redacao_do_enem_2017.pdf.
INEP. Redação do Enem 2018 - Cartilha do participante. 2018. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2018/manual_de_redacao_do_enem_2018.pdf.