PUBLICIDADE
A trajetória política de Nilo Peçanha apresenta em si as várias transformações que marcam a transição do Império para a República Oligárquica. Em 1890, desponta como político ao vencer as eleições para a Assembleia Constituinte daquele mesmo ano. Logo em seguida, aproveitando de sua habilidade, consegue se eleger como senador e presidente do Estado do Rio de Janeiro. No ano de 1906, participa ativamente das discussões em favor da criação do Convênio de Taubaté.
Assumindo lugar junto aos oligarcas, Nilo Peçanha alcança seu auge ao se eleger vice na chapa do presidencial liderada por Afonso Pena. Em 1909, ele assume o cargo presidencial tendo em vista o falecimento do presidente. Apesar de ter ficado pouco tempo no cargo, ele esteve envolvido em importantes discussões ligadas à sucessão presidencial daquela época.
Desde algum tempo, Nilo Peçanha se mostrava favorável à ascensão do marechal Hermes da Fonseca ao mandato presidencial. Os paulistas eram contrários a essa candidatura por tomarem como referência as várias agitações ocorridas durante a República da Espada. Com isso, eles buscaram o nome de Rui Barbosa como uma alternativa capaz de agradar a oligarquia nordestina e os eleitores dos centros urbanos. Os oligarcas mineiros e sulistas abraçavam a candidatura de Hermes da Fonseca.
Pela primeira vez na história, um candidato a presidente, no caso Rui Barbosa, recebeu amplos incentivos para realizar uma campanha que percorreu diferentes estados brasileiros. Por fim, o general Hermes da Fonseca venceu as eleições com uma diferença pequena de votos. Apesar da derrota, o impacto causado pela candidatura de Rui Barbosa indicava que a hegemonia política exercida pelos oligarcas dava seus primeiros sinais de enfraquecimento.
Além dessa intensa disputa, o governo de Nilo Peçanha teve grande importância ao estabelecer o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria. Nessa mesma época, foram dados os passos iniciais para a criação e o desenvolvimento do ensino técnico-profissional no país. Além disso, também devemos assinalar a criação do Serviço de Proteção ao Índio, deixado sob os serviços do tenente-coronel Cândido Rondon.
Por Rainer Sousa
Graduado em História