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Anabatistas e as revoltas do século XVI

A relação entre os anabatistas e as revoltas do século XVI está diretamente associada às Reformas Protestantes, em especial ao luteranismo.

No século XVI, os anabatistas foram alvo de perseguição no Norte da Europa
No século XVI, os anabatistas foram alvo de perseguição no Norte da Europa
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Sabemos que as Reformas Protestantes desencadearam uma série de repercussões, inicialmente, na Europa e, depois, em outras regiões do mundo. Tais repercussões não ficaram somente no plano religioso, mas se alastraram também pelo terreno político e militar, gerando sucessivas crises sociais e guerras civis que atravessaram os séculos XVI e XVII. Lutero, que começou a empreender as suas críticas à Igreja em 1517, foi a figura que inspirou muitos setores da sociedade, sobretudo nos principados alemães.

Uns dos primeiros momentos de tensão provocados pelas ideias de Lutero foram a “Revolta dos Cavaleiros” e a “Revolta dos Camponeses”, que tinham, além da adequação à posição reformista, uma orientação anabatista. O anabatismo foi uma seita que tinha por principal característica a rejeição do batismo em idade infantil. A seita alegava que os indivíduos deveriam ser batizados em idade adulta, já que estariam aptos e maduros para fazê-lo. Os anabatistas logo se associaram ao movimento luterano, já que viam nele uma força aliada na subversão das premissas católicas.

A principal proposta anabatista consistia na reivindicação do modelo igualitarista da Era Apostólica. Com isso, almejavam a partilha das riquezas que estavam sob a posse de aristocratas abastados e também de clérigos. Essa reivindicação partiu, inicialmente, de nobres de baixo prestígio social, isto é, cavaleiros que não tinham propriedades e nem heranças de valores vultosos.

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No ano de 1522, os cavaleiros organizaram um revolta contra a alta nobreza e o clero, inspirados em Lutero e no anabatismo. A ação dos revoltosos incluiu a invasão de propriedades privadas e a sua distribuição com os camponeses. Martinho Lutero prontamente se manifestou a respeito das ações revoltosas, condenando-as e posicionando-se ao lado da alta nobreza alemã.

O principal líder do anabatismo foi o alemão Tomás Müntzer, o seguidor mais radical de Lutero. Foi Müntzer que liderou a revolta no campesinato que se desenrolou entre os anos de 1523 e 1525. A revolta camponesa assumiu um caráter ultrarradical, exigindo, entre outras coisas, a abolição da servidão nos campos e a divisão comunitária das terras. Lutero, mais uma vez, manifestou-se contra a ação dos camponeses e repreendeu fortemente Müntzer, que, por sua vez, chamou-o de “Doutor Mentiroso”.

O movimento anabatista acabou por ser duramente perseguido pela nobreza alemã nos anos seguintes, resultando na morte de milhares de adeptos, incluindo Müntzer, que foi decapitado.


Por Me. Cláudio Fernandes

Escritor do artigo
Escrito por: Cláudio Fernandes Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FERNANDES, Cláudio. "Anabatistas e as revoltas do século XVI"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/anabatistas-as-revoltas-seculo-xvi.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

(VUNESP) Thomas Münzer liderou os anabatistas, camponeses que inspirados nas teses luteranas passaram a confiscar terras, inclusive da nobreza, rompendo com a estrutura feudal. A atitude de Lutero, propositor da Reforma, frente ao anabatismo foi de:

a) apoio, pois via nos seus seguidores os que mais se aproximavam de seu ideal religioso.

b) oposição, pois via neles uma ameaça à ordem que seus protetores da nobreza defendiam.

c) apoio, pois via neles um instrumento para a derrota definitiva dos defensores de Roma.

d) oposição, pois via na violência de suas ações a manifestação dos ensinamentos do papado.

e) apoio, pois ao confiscarem as terras destruíam as bases do Sacro Império, maior inimigo de Lutero.

Exercício 2

O principal ponto teológico discutido pelos anabatistas, como o próprio nome indica, era a questão do batismo. É correto dizer que os anabatistas defendiam:

a) a dispensabilidade do batismo.

b) o batismo apenas de adultos.

c) o batismo de crianças luteranas.

d) o batismo sem água.

e) o batismo com sangue.