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Suponhamos que você tivesse se deparado com alguns enunciados linguísticos nos quais se pautavam os seguintes dizeres:
Estavam previstas as presenças do Secretário Municipal de Saúde e do atual vice-líder do campeonato estadual.
Foram confirmadas as mortes do ex-jogador de basquete e do atual campeão de vôlei.
Estão previstas as voltas da irmã que se encontra no exterior e da tia que mora em São Paulo.
Há de se constatar que os substantivos que ora se encontram em destaque se classificam, segundo a categoria gramatical, como abstratos, ou seja, aqueles em que há a necessidade de outra pessoa para que realmente existam, realmente se efetivem. Dessa forma, sentimo-nos questionados: mesmo estando eles flexionados (grafados no plural), estaria tal ocorrência adequada ao padrão formal da linguagem?
Em se tratando desse caso, cabe afirmar que não, haja vista que por estarmos fazendo referência a tal modalidade (substantivo abstrato), o uso do plural não é aceito. Assim, consoante ao que nos postulam os pressupostos gramaticais, apliquemos aos enunciados a devida retificação:
Estava prevista a presença do Secretário Municipal de Saúde e do atual vice-líder do campeonato estadual.
Foi confirmada a morte do ex-jogador de basquete e do atual campeão de vôlei.
Está prevista a volta da irmã que se encontra no exterior e da tia que mora em São Paulo.
Fato semelhante ocorre com os casos relacionados à propriedade referente a dois ou mais sujeitos, haja vista que o singular aí possui valor distributivo, assim como ocorre quando alguém diz que “vários funcionários irão perder seus empregos”, quando o conveniente seria deixar o substantivo no singular, ou seja: vários funcionários irão perder seu emprego.
Já que estamos falando sobre os substantivos, não poderíamos deixar de mencionar aqueles que se referem às partes do corpo humano, os quais, geralmente, representam alvo de intensas discussões acerca da flexão ou não. Para tanto, convidamos você, caro usuário, a acessar o texto “Flexão dos substantivos referentes a partes do corpo”.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras