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Dermatofitoses são infecções na pele causadas por fungos incluídos em três gêneros: Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton. As espécies desses gêneros, que são queratinofílicas e causam doenças, recebem o nome de dermatófitos. São considerados micro-organismos queratinofílicos aqueles que são capazes de quebrar queratina e usá-la para a sua nutrição.
Estima-se que existam cerca de 30 espécies de dermatófitos, que podem acometer tanto o homem quanto animais domésticos e silvestres. Essas espécies podem ser classificadas em antropofílicas (acometem apenas a pele humana), zoofílicas (acometem animais domésticos e silvestres) e geofílicas (vivem no solo).
As espécies do gênero Microsporum são responsáveis por acometer a pele e os pelos. As do gênero Trichophyton afetam unha, pele e pelos; já as espécies do gênero Epidermophyton acometem pele e unha. Esse último gênero apresenta apenas uma espécie que causa doenças no homem (E. floccosum).
Geralmente esses fungos localizam-se nas camadas mais superficiais da pele, porém quando acometem as regiões mais profundas, causam inchaço e inflamação. O gênero mais frequente de dermatófito é o Trichophyton, sendo a espécie T. rubrum responsável pela maioria das infecções ocasionadas por fungos queratinofílicos.
As dermatofitoses podem ser classificadas em “tinhas” ou tinea, epidermofitíases, onicomicoses dermatofíticas e dermatofitoses subcutânea e profunda. Existe também uma classificação em que todas as dermatofitoses recebem o nome de “tinea” mais uma palavra que descreve o local da lesão: Tinea pedis, Tinea unguium, Tinea cruris, Tinea capitis, entre outras.
Seguindo a primeira classificação, são chamadas de “tinea” aquelas lesões que afetam o couro cabeludo e região da barba e bigode. Nesses casos, os fungos instalam-se apenas na região do extrato córneo da pele.
As epidermofitíases são caracterizadas por lesões em regiões sem pelos. Os fungos, nesse tipo de infecção, também atacam apenas o extrato córneo. Como exemplo dessas lesões, podemos citar a Tinea pedis, popularmente conhecida como pé de atleta. Nesse caso, há a descamação entre os dedos dos pés, com coceira e ardor.
As onicomicoses dermatofíticas caracterizam-se pelo acometimento das unhas dos pés ou das mãos. A mais comum das onicomicoses é a Tinea unguium, em que o fungo ataca a borda da unha, causando seu descolamento e tornando-a opaca.
As dermatofitoses subcutâneas e profundas são aquelas em que os fungos atingem regiões que não apresentam queratina, como a hipoderme. Nesses casos, há a formação de abscessos.
Para um diagnóstico preciso das dermatofitoses, é necessária a coleta do material (raspar a área, coletar pelos) e sua posterior análise em laboratório. Normalmente, guarda-se uma amostra do fungo para maiores investigações. Tanto a coleta como o armazenamento e transporte desse material devem ser feitos de maneira cautelosa para que não ocorra nenhuma contaminação que possa alterar o resultado. Além disso, é extremamente importante certificar-se que o paciente não está usando nenhum medicamento antifúngico por, pelo menos, uma semana antes do dia da coleta.
O tratamento de dermatofitoses é feito com uso de antifúngicos, sendo que, na maioria das vezes, é necessário apenas o tratamento tópico. Também é importante remover pelos e restos de pele infectada.
Por Ma. Vanessa dos Santos