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Sexta Cruzada

Representação do diálogo ocorrido entre Frederico II e Malik el-Kamil, sultão do Egito.
Representação do diálogo ocorrido entre Frederico II e Malik el-Kamil, sultão do Egito.
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Ainda sofrendo as consequências pela derrota sofrida na Quinta Cruzada, Frederico II, rei do Sacro Império Germânico, decidiu organizar uma novo exército a fim de reconquistar a cidade de Jerusalém. Antes disso, ele foi excomungado pelo papa Honório III pela ausência das tropas germânicas na batalha que determinou a derrota cristã na Quinta Cruzada. Na verdade, o repúdio papal era uma forma de se conter à crescente influência política que o monarca estava conquistando ao longo de seu reinado.

Mesmo excomungado, Frederico II valeu-se dos recursos do próprio Sacro-Império para organizar as forças que tentariam reconquistar a Terra Santa. No ano de 1228, ele partiu junto de seus comandados da Síria até alcançar a região de São João D'Acre. Logo em seguida, optou por alocar as suas forças na ilha de Chipre, visando prepará-las o suficiente para que sua nova investida militar fosse vitoriosa. Contudo, uma inesperada contenda contra João de Ibelin forçou o seu reduzido exército a partir para Jerusalém antes do que fora previsto.

Ao chegar na Terra Santa, Frederico II logo viu que o confronto contra as tropas locais poderia selar uma nova derrota militar. Com isso, aproveitou das desavenças políticas entre os sultões do Damasco e do Egito para negociar um acordo diplomático capaz de atender aos seus interesses. Para tanto, ele se dirigiu até ao sultão egípcio Malik el-Kamil com o intuito de reconquistar Jerusalém, Nazaré, Sídon e outras cidades próximas. Expondo amplo conhecimento da cultura árabe e garantindo a proteção dos territórios, Frederico II obteve essas regiões em um acordo com dez anos de duração.

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Nesse mesmo acordo, Frederico comprometia-se em permitir a liberdade de culto para cristãos e muçulmanos. Novamente, a atitude ponderada do monarca foi respondida com uma nova excomunhão do papa Honório III. Empossado como rei de Jerusalém em 17 de março de 1229, Frederico II conseguiu uma conquista militar muito mais significativa do que o restante de todas as outras cruzadas organizadas pela Igreja. Logicamente, o peso dessa conquista acabou acentuando ainda mais a sua disputa de poder contra o papa.

A vitória diplomática de Frederico II só chegou ao seu fim quinze anos mais tarde, quando os turcos retomaram Jerusalém no ano de 1244. Nesse meio tempo, podemos ver que a cultura Médio- Oriental havia influenciado bastante os modos da Europa Ocidental. Sob esse último aspecto, podemos assinalar um dos mais importantes desdobramentos que o movimento cruzadista empreendeu no cenário histórico e cultural da Idade Média.


Por Rainer Sousa
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Sexta Cruzada"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/sexta-cruzada.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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