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- A pizza está deliciosa. Você está servido? – pergunta ele ao amigo.
Mediante tal indagação, a noção que se tem é a de que alguém está sendo servido a outro alguém, não é verdade? Mas deixemos de lado as possíveis interpretações ora atribuídas a esta anunciação e foquemos nossa atenção somente nos aspectos gramaticais que dela fazem parte. Assim, analisemos:
O primeiro deles diz respeito à transitividade verbal, visto que o verbo servir se classifica como transitivo direto e indireto ao mesmo tempo, pois, ao servirmos, servimos algo a alguém.
Seguindo essa linha de raciocínio, vamos associá-la às vozes verbais. Nesse sentido, conforme nos revelam os postulados gramaticais, somente os verbos transitivos diretos admitem a voz passiva, perceptível no caso a seguir:
Ele serviu a pizza.
Transformando a oração para a voz passiva, temos:
A pizza foi servida por ele.
Caso quiséssemos complementar o enunciado, poderíamos optar por:
Ele serviu a pizza ao amigo.
Temos a parte transitiva direta do verbo, ora já analisada, mas e a parte transitiva indireta?
Ele serviu ao amigo.
Não podemos afirmar que o amigo foi (ou está) servido por ele.
Dessa forma, na intenção de transformar toda a oração (seguida do complemento acrescentado) para a voz passiva, teremos como resultado:
Uma pizza foi servida por ele ao amigo.
Chegamos, pois, ao ponto central de nossa discussão: você está servido?
Nada de assim dizermos, pois é gramaticalmente correto e mais elegante falarmos:
A pizza está deliciosa. Você quer experimentá-la?
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola