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Diante do questionamento expresso no título, há que se ressaltar acerca de uma recorrente prática linguística – o uso de “mesmo” na função pronominal, ou seja, quando esse é usado no intuito de substituir pronome ou substantivo. Você mesma (o) já o utilizou?
Se sim, está na hora de compreender que se trata de uma colocação inadequada. Mas vejamos então alguns exemplos que nos permitirão compreender melhor como realmente o fato se dá:
Diante de tais colocações, prestemo-nos ao exercício de atribuir o devido uso aos elementos anafóricos (termos substitutivos) em questão, de modo a tornar o discurso adequado aos parâmetros linguísticos, como assim se evidencia:
Dessa forma, em detrimento à recorrência em questão, optou-se por utilizar os pronomes pessoais do caso reto – elas, ele.
Mas não é mesmo que o “mesmo” pode ser perfeitamente utilizado em outras circunstâncias? Sim, claro! é o que veremos a partir de agora, observe:
* Na qualidade de advérbio, uma vez denotando “justamente, até, ainda, de fato”.
É aqui mesmo, nesse lugar paradisíaco que desejo passar minhas férias. (é justamente aqui)
* Como substantivo, cuja acepção semântica (sentido) se refere à “mesma coisa”.
O mesmo que eu disse a ela, também disse a você. (a mesma coisa)
* Em algumas expressões referentes a “dar na mesma, dar no mesmo, na mesma”, as quais se equivalem a “no mesmo estado, na mesma situação”.
Aconselhá-lo ou não, dá no mesmo. (a situação é a mesma)
* Na qualidade de uma conjunção concessiva, fazendo referência à “ainda que”.
Mesmo exausta, não deixa de praticar atividades físicas. (ainda que exausta)
* Funcionando como pronome/adjetivo referindo-se à ideia relativa a “idêntico”, “próprio”, “exato”.
Elas mesmas resolveram tudo sozinhas. (elas próprias)
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras