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Um mil ou mil? Tais expressões levantam aquelas infindáveis dúvidas que temos quanto ao nosso idioma. Quantas vezes já não nos deparamos com situações assim:
Pago por este cheque a quantia de um mil novecentos e noventa reais.
Fazendo uma pesquisa no intuito de constatarmos o que acham os gerentes bancários acerca dessa questão, possivelmente eles dirão que se trata de uma situação recorrente e normal, visto que o numeral cardinal “um”, uma vez expresso junto à unidade de milhar, é usado no sentido de evitar que fraudes ocorram.
Contudo, devemos asseverar que perante os postulados gramaticais tal colocação é considerada inadequada, uma vez que somente a partir de dois mil, e assim sucessivamente, é que se faz necessário o emprego do referido cardinal. Assim, temos “dois mil, três mil, quatro mil”, e por aí vai.
Sendo assim, o procedimento cabível a essa situação (preenchimento de cheques) é o uso do sinal (=) antes de começar a preencher a quantia por extenso.
Acreditem que, em determinadas situações, ainda existia o emprego do “h” para expressar a quantia ora desejada. “Hum”! Certamente que nossa interjeição “hum” mandaria às favas o numeral “hum”, que não existe.
Pois bem, como já dito, a verdade é que antes da unidade de milhar, a não ser a partir de dois mil, não se recomenda o uso do numeral “um”. O mesmo prevalece para as datas, nas quais a inadequação se mostra recorrente. Assim, vejamos:
1998 – Mil novecentos e noventa e oito.
1847 – Mil oitocentos e quarenta e sete.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras