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Quando se fala em noções linguísticas, o foco está direcionado para aquele conhecimento do qual todo usuário precisa dispor, sobretudo em se tratando de situações específicas de interlocução. Assim, estabelecendo uma relação com tal pressuposto, há que se evidenciar acerca de alguns “desvios” que esse usuário, na condição de emissor, comete, tanto em se tratando da fala quanto da escrita. Muitas vezes, esse posicionamento pode se dar por um simples descuido, como também pela falta de conhecimento acerca das distintas particularidades que norteiam a língua de forma geral.
Nesse sentido, o artigo em questão tem por finalidade evidenciar alguns casos que constantemente se manifestam, representando alvo de questionamentos que, consequentemente, precisam ser solucionados, de modo a evitar determinados constrangimentos que atuam de forma negativa em algumas situações. Assim, analisemos alguns deles:
Dolorido e dolorosos– Diferenças que os demarcam
Diante de dois vocábulos cuja diferença se estabelece somente pelo sufixo, provavelmente algumas dúvidas surgirão no momento de distingui-los. Contudo, eis que essas são demarcadas por:
O vocábulo doloroso, tido em seu sentido mais amplo, refere-se a tudo àquilo que possa causa dor. A título de ilustração, atenhamo-nos ao exemplo subsequente:
O tratamento foi doloroso (por oposição a indolor)
Já “dolorido”, cuja terminação é demarcada pelo particípio (IDO), refere-se a algo que sofre, que sente a dor. Como exemplos, citamos:
Meu braço está dolorido.
Ainda com o corpo dolorido, resolveu caminhar um pouco.
Dessa forma, procuremos não mais dizer que a injeção foi dolorida, mas sim “dolorosa”, pois o que está dolorido é o local em que essa foi aplicada.
À custa ou às custas?
Nossa, fulano vive até hoje às custas do pai! Ou seria à custa?
É bem verdade que, normalmente, ouvimos por aí “às custas”. No entanto, vale lembrar que o vocábulo “custas”, manifestado no meio
judicial, refere-se a despesas processuais. Assim, de forma conveniente, podemos proferir:
Essas são as custas processuais.
Fulano vive até hoje à custa do pai.
Ele previu ou ele preveu?
A bem da verdade, torna-se conveniente considerarmos que o verbo prever deriva do verbo ver. Portanto, para conjugá-lo, devemos seguir o mesmo padrão do verbo em referência (ver). Ele, você, todos nós previmos, e não prevemos (no pretérito).
Ao ato de ranger os dentes atribuímos bruxismo (com som de x)?
Engana-se quem, até então, fez desse pressuposto uma verdade.
Saiba que o verdadeiro som que se deve à pronúncia dessa palavra é o mesmo relativo a táxi, ou seja, “tacsi”.
Dessa forma, não convém confundirmos bruxismo (ora pronunciado com som de “x”, pois esse se refere a bruxas), com bruxismo (pronunciado com o mesmo som de táxi), uma vez que ele se refere ao ato de ranger os dentes.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras