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Não raro, vemos que algumas pessoas simplesmente renegam ou desconhecem o papel do passado na construção de nossa identidade ou na compreensão do mundo. Se falarmos então das antigas civilizações, parece que a coisa piora ainda mais! Afinal de contas, qual o sentido de estudarmos povos que viveram há milhares de anos e que nem ao menos têm relação com aquilo que pensamos, sentimos ou observamos em nosso cotidiano?
Essa pergunta, muitas vezes feita de maneira retórica, acaba se estremecendo quando pesquisamos melhor alguns de nossos hábitos e expressões. No que se refere ao desejo de atrair a sorte, quem nunca teve o cuidado de levantar com o pé direito em um dia importante ou adentrar um recinto da mesma forma? Para alguns, esse hábito e a própria expressão em si devem ser recentes, talvez absorvidas pelo recorrente costume que os jogadores de futebol têm de pisar no gramado primeiro com o pé direito.
De onde vem essa relação mítica entre o pé direito e a boa sorte?
Quem pensa assim, nem sabe que sejam as superstições do povo romano que determinaram o nascimento de tal hábito. Em várias ocasiões, os romanos cumpriam rituais e simpatias que, segundo eles, atraíam a sorte ou chamavam a atenção das divindades positivamente. No caso, quando ocorriam grandes festas, os anfitriões pediam que seus convidados adentrassem a casa com o pé direito. Dessa forma, garantiam que tudo correria bem ao longo do evento.
Segundo consta, os lados direito e esquerdo simbolizavam o bem e o mal para os romanos. E para nós também! Tanto é que temos a mania de falar que as pessoas que nos ajudam são o nosso “braço direito”. Da mesma forma, “canhoto” ou “esquerdo” são uns dos vários termos que denominam a figura do diabo na cultura cristã. Então, será que o passado não tem relação com o presente? Ou os menos simpáticos à História vão passar a revê-la com o “pé direito”? Eu ficaria com a segunda opção!
Por Rainer Sousa
Graduado em História