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Principais Correntes Migratórias para o Brasil

O Brasil recebeu diversas correntes migratórias de distintas nações, com destaque para as imigrações de portugueses, italianos, espanhóis, japoneses, alemães e eslavos.

O território brasileiro foi alvo de distintas correntes migratórias ao longo de sua história
O território brasileiro foi alvo de distintas correntes migratórias ao longo de sua história
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O Brasil recebeu aproximadamente seis milhões de imigrantes, se tomarmos como referência a chegada dos portugueses no ano de 1500. O número preciso de africanos de diferentes etnias que foram obrigados a migrar ao país em virtude da escravidão é desconhecido, sendo estimado em até quatro milhões de indivíduos. Analisaremos essas correntes migratórias para o Brasil de acordo com as divisões regionais do IBGE.

Região Norte: Predomínio de imigrantes portugueses. Podemos destacar, no início do século XX, a presença de imigrantes japoneses, que iniciaram plantações de chá e juta, assim como os imigrantes sírio-libaneses, que chegaram à região para trabalhar no comércio.

Região Nordeste: Predomínio de imigrantes portugueses e africanos. Em momentos esporádicos, invasões holandesas e francesas também acabaram mudando o panorama da população local, ainda que não tiveram a mesma dimensão que as colonizações italiana e alemã tiveram em outras regiões.

Região Centro-Oeste: Predomínio de imigrantes portugueses.

Região Sudeste: Predomínio de imigrantes portugueses e africanos. Nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, também apareceram os imigrantes suíço-alemães, que chegaram ao Brasil na primeira metade do século XIX, na primeira experiência do governo brasileiro para atração de imigrantes.

No estado de São Paulo, a grande imigração italiana iniciada a partir da segunda metade do século XIX merece destaque. Com a transformação do trabalho escravo para o trabalho assalariado e a pressão capitalista para a formação de um mercado consumidor interno, o governo do estado ofereceu incentivos para a entrada de imigrantes italianos. Nesse período, a Itália atravessava um processo de reorganização política, marcado por uma guerra que opunha o norte e o sul do país. A maior parte dos imigrantes italianos pioneiros era proveniente do sul da Itália, área menos desenvolvida do país até os dias atuais.

A imigração italiana continuou até o período correspondente à 2ª Guerra Mundial, quando as imigrações foram restritas em virtude de o Brasil assumir uma posição geopolítica de guerra ao Eixo, que era constituído por Alemanha, Itália e Japão.

Ao final do século XIX, a imigração de espanhóis também foi determinante para São Paulo. Após o declínio da imigração italiana, no início do século XX, boa parte da mão de obra espanhola dirigiu-se para as fazendas de café.

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Outra corrente migratória relevante para a constituição da população de São Paulo foi a de japoneses, que chegaram ao estado por volta de 1908, em função da política migratória imposta pela Era Meiji, no Japão, que incentivava as migrações em virtude da grande concentração populacional do país e a escassez de terras agrícolas. As áreas que receberam esses imigrantes foram o Vale do Ribeira, ao sul de São Paulo, e algumas cidades do oeste paulista. Suas atividades econômicas eram de cunho agrícola, principalmente as produções de chá e arroz. Pelo mesmo motivo geopolítico, a entrada de japoneses foi limitada durante o período correspondente à 2ª Guerra Mundial.

Ainda destacam-se os imigrantes árabes, que se instalaram principalmente na cidade de São Paulo e iniciaram atividades voltadas ao comércio e serviços. Ao longo do século XX, principalmente a partir das décadas de 1980 e 1990, outros povos começaram a migrar para o estado de São Paulo, como coreanos, chineses e bolivianos, que ainda não alcançaram o mesmo patamar que as correntes anteriores. Nos últimos anos, ocorreu a chegada de imigrantes do continente africano, como nigerianos e angolanos, assim como haitianos.

Região Sul: Em razão de motivos estratégicos relacionados à ocupação de fronteiras pela presença de agricultura familiar, praticada em pequenas propriedades, houve o predomínio de correntes europeias diversas, podendo ser mais bem compreendidas de acordo com o estado:

Paraná - Na porção noroeste, presença de japoneses. No restante do estado, presença de italianos, alemães e eslavos (ucranianos, poloneses, russos), principalmente na região de Curitiba.

Santa Catarina - ocorreu forte imigração de alemães, que se dedicaram principalmente a atividades agrícolas, com destaque para cidades como Joinville, Blumenau, Brusque e Itajaí e para os imigrantes italianos, que também se dedicaram a atividades agrícolas, com destaque para as cidades de Criciúma e Urussanga.

Rio Grande do Sul - predomínio de imigrantes alemães, como nas atuais cidades de São Leopoldo, Santa Maria e Novo Hamburgo, e principalmente italianos, como nas atuais cidades de Caxias, Garibaldi e Bento Gonçalves. Os imigrantes dedicaram-se à agricultura e, posteriormente, às atividades industriais.


Júlio César Lázaro da Silva
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista - UNESP

Escritor do artigo
Escrito por: Júlio César Lázaro da Silva Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Júlio César Lázaro da. "Principais Correntes Migratórias para o Brasil"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/principais-correntes-migratorias-para-brasil.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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