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A Hidrovia Tietê-Paraná consiste em uma via de navegação que liga a região Sul, Sudeste e Centro-oeste do país, ao longo dos rios Paraná e Tietê. Nos locais que apresentam desníveis foram construídas represas para nivelar as águas.
Essa hidrovia é de extrema importância para o escoamento de grãos dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e parte de Rondônia, Tocantins e Minas Gerais.
O transporte hidroviário é bastante viável economicamente, principalmente em relação ao rodoviário, que é o mais difundido no país, mas possui um elevado custo por tonelada em virtude de sua manutenção.
Diante dessa viabilidade e também da extensa rede hidrográfica, recentemente alguns governos têm se mostrado favoráveis à implantação desse tipo de transporte e vêm direcionando alguns investimentos para esse setor. Para instituir uma hidrovia, grandes obras de engenharia são necessárias, uma vez que nem todos os pontos de um rio são navegáveis, por isso, muitas vezes, faz-se necessária a construção de eclusas e canais.
A hidrovia Tietê-Paraná produz reflexos no MERCOSUL, pois o escoamento de mercadorias, produtos agrícolas e pessoas até os países vizinhos acontece por meio da via em questão.
Dentro desse contexto, existe a perspectiva de ampliação da hidrovia, interligando Tietê-Paraná ao Rio Paraguai, no entanto, nos períodos de seca, vários pontos do rio não oferecem condições para a navegação de grandes embarcações. Para resolver o problema, é necessária a aplicação de técnicas que propiciem o rebaixamento do leito do rio Paraguai, entre Corumbá e Cáceres, com intuito de desvincular essa barreira existente na hidrovia.
A viabilidade econômica é positiva, no entanto, segundo diversos técnicos de áreas afins, a execução de um empreendimento com tais características promove enormes prejuízos de caráter ambiental, que comprometem um dos mais ricos ecossistemas do mundo, o pantanal.
Segundo os técnicos, tais modificações sujeitariam o pantanal a interromper o processo que ocorre nos períodos de cheias, quando toda a região fica inundada, o fim dessa dinâmica colocaria em risco a biodiversidade desse ecossistema, sem contar a produção pastoril que seria prejudicada.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia