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Já ouviu falar em transplante de fezes? Sim, é isso mesmo! Já é possível realizar o transplante de fezes como uma forma alternativa para o tratamento de algumas diarreias. Apesar de parecer “loucura”, médicos afirmam que o tratamento funciona.
→ O que é o transplante de fezes?
Apesar de pouco conhecido pela população, o transplante de fezes, chamado pelos especialistas de transplante de microbiota fecal, é um procedimento relativamente antigo. O primeiro trabalho que fala a respeito do transplante em humanos data de 1958. Todavia, esse procedimento já é realizado em cavalos há mais de um século.
O transplante de fezes, apesar dos estudos, nunca foi levado a sério pela maioria da comunidade científica, que relutava contra o uso desse tipo de tratamento. O procedimento só ganhou notoriedade após uma publicação no "The New England Journal of Medicine", em que se avaliou a sua eficácia no tratamento contra a diarreia causada pela bactéria Clostridium difficile, que provoca colite pseudomembranosa.
Até o momento, o tratamento mais recomendado para Clostridium difficile é o uso de metronidazol e/ou vancomicina. Infelizmente esse tratamento é pouco eficaz, e a taxa de recorrência é relativamente alta, sendo necessário outro ciclo de medicamentos a cada ocorrência.
O objetivo do tratamento com as fezes é garantir que a flora bacteriana reequilibre-se e mantenha-se estável. Até o momento o procedimento está sendo eficaz e não foi relatado nenhum efeito colateral advindo do transplante.
→ Como é feito o transplante de fezes?
Primeiramente se escolhe o doador das fezes, que normalmente é um membro da família, mas pode ser um doador anônimo. Para doar as fezes, alguns critérios devem ser obedecidos, tais como estar saudável, não ter usado antibióticos nos últimos meses, ter o sistema imunológico em completo funcionamento, não ter câncer e não fazer usos de drogas. Também são feitos alguns exames para identificar se a pessoa tem ou não hepatite, sífilis ou HIV.
Depois de escolhido o doador, as fezes são processadas em laboratório, misturadas a uma solução salina e homogeinizadas. Essa solução pode ser colocada por sonda nasoenteral, que é inserida pela narina até o intestino por meio de colonoscopias ou enema. Normalmente a sonda nasoenteral é a menos aceita pelo paciente.
Por Ma. Vanessa dos Santos