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A fistulação é uma técnica mundialmente conhecida que constantemente é alvo de crítica por parte dos defensores dos direitos dos animais, que frequentemente lançam petições para o fim dessa técnica em pesquisas agropecuárias.
A técnica consiste em deixar exposta uma parte do sistema digestório de um animal, geralmente bovinos e ovinos, através de aberturas feitas na pele até o órgão que se deseja observar. Após a abertura do local, é colocado um tubo para que a abertura fique vedada e seja possível ter acesso ao sistema digestório. No pós-operatório, é importante o uso de antibióticos e a limpeza deve ser diária a fim de evitar qualquer infecção. Vale destacar que esse procedimento é feito com o uso de anestesia, sem causar dor ao animal.
Essa técnica é utilizada para experimentos onde se deseja observar o funcionamento do sistema digestório desses animais e obter líquido ruminal. A EMBRAPA realiza diversos experimentos com animais fistulados e destaca que, além dos estudos de fisiologia e metabolismo, os animais fistulados são utilizados em pesquisas para desenvolvimento de estratégias para mitigação do metano entérico e obtenção de amostras para estudo de micro-organismos do rúmen que podem ter papel na obtenção de enzimas para a produção de etanol. Sendo, portanto, estudos importantes para o desenvolvimento agropecuário.
Além disso, o estudo do comportamento do sistema digestório permite que seja ajustada a dieta de um animal e que situações de estresse sejam notadas. A partir daí é possível melhorar sua produtividade e reprodução.
Geralmente não há variação fisiológica no animal. Entretanto, algumas complicações já foram relatadas em virtude da fistulação. Dentre as complicações, pode ser destacado o vazamento do conteúdo do rúmen, levando, consequentemente, à desidratação e desnutrição do animal fistulado.
Por Vanessa dos Santos
Graduada em Biologia