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Maria, mãe de Jesus

Maria, mãe de Jesus, é uma figura central no cristianismo. Foi escolhida por Deus para conceber Jesus, filho de Davi, por meio do Espírito Santo.

Imagem de Maria e de Jesus ainda bebê.
Maria, mãe de Jesus, é uma figura extremamente importante para os cristãos.[1]
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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Maria, mãe de Jesus, é uma figura central no cristianismo. Foi escolhida por Deus para conceber Jesus, filho de Davi, por meio do Espírito Santo. A Bíblia relata sua história principalmente nos Evangelhos de Lucas e Mateus, destacando a Anunciação e sua presença nos primeiros momentos do cristianismo.

Sua imagem é amplamente representada nas artes, esculturas, música, literatura e cinema, retratando seu papel maternal e espiritual. Descrita como pura, humilde e corajosa, Maria é vista como um modelo de virtude. Tradicionalmente, acredita-se que ela descendia de Davi e teria entre 12 e 16 anos ao conceber Jesus, sendo chamada “mãe de Deus” desde o Concílio de Éfeso.

Sua morte não é mencionada na Bíblia, mas a Igreja Católica ensina que ela foi levada ao céu em corpo e alma. A devoção a Maria é uma das mais difundidas no cristianismo, especialmente no catolicismo, em que ela é venerada por meio de orações e peregrinações.

Leia também: Nossa Senhora Aparecida — uma das invocações de Maria no catolicismo

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Maria, mãe de Jesus

  • Maria, mãe de Jesus, era uma jovem de Nazaré, descendente da linhagem de Davi, e escolhida por Deus para dar à luz Jesus por meio do Espírito Santo.
  • Maria é mencionada na Bíblia, principalmente nos Evangelhos de Lucas e Mateus.
  • Ela é uma figura amplamente retratada na arte, especialmente no renascimento, quando a obra Madonna com o menino tornou-se um ícone da maternidade e devoção cristã.
  • Maria é chamada de “mãe de Deus” porque, ao dar à luz Jesus, considerado plenamente Deus e homem, ela foi reconhecida como a mãe de Deus no Concílio de Éfeso, em 431.
  • A morte de Maria não é mencionada na Bíblia, mas, segundo a tradição cristã, ela foi levada ao céu em corpo e alma, evento celebrado pela Igreja Católica como a Assunção de Maria.
  • A devoção a Maria é amplamente difundida, especialmente no catolicismo, por meio de práticas como o rosário, as peregrinações a lugares como Fátima e Lourdes, e as orações pedindo sua intercessão.
  • No islã, Maria, conhecida como Maryam, é altamente reverenciada, sendo mencionada no Alcorão como a mãe de Jesus (Isa); enquanto, no judaísmo, ela tem pouca relevância fora do contexto histórico.
  • Maria é associada a milagres e aparições ao redor do mundo, como em Fátima e Guadalupe, e é venerada em diversas culturas com diferentes títulos, como Nossa Senhora Aparecida, no Brasil.

História de Maria, mãe de Jesus

Pintura de Leonardo da Vinci retrata a chamada Anunciação, quando o anjo Gabriel aparece para Maria.
Pintura de Leonardo da Vinci retrata a chamada Anunciação, quando o anjo Gabriel aparece para Maria.

Maria, mãe de Jesus, é uma figura central no cristianismo e considerada a mãe do filho de Deus, segundo a tradição cristã. Seu nome deriva do hebraico, Miryam, e é uma das personagens mais veneradas na história religiosa. De acordo com os Evangelhos, Maria nasceu em Nazaré, na Galileia, e era descendente da casa de Davi, uma linhagem importante na tradição judaica. Ela foi prometida em casamento a José, um carpinteiro, quando o anjo Gabriel a visitou, anunciando que ela daria à luz o salvador, Jesus Cristo, por obra do Espírito Santo.

A vida de Maria é frequentemente vista como uma história de humildade, fé e obediência à vontade de Deus. Ela aceitou a missão de ser a mãe de Jesus com coragem, enfrentando dificuldades e sofrimentos, desde a perseguição de Herodes até a crucificação de seu filho. Embora apareça de maneira mais destacada nos Evangelhos de Lucas e Mateus, sua influência se estende por toda a história do cristianismo, com inúmeras interpretações e devoções ao longo dos séculos.

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Maria, mãe de Jesus na Bíblia

Na Bíblia, Maria é mencionada principalmente nos Evangelhos de Lucas e Mateus. No Evangelho de Lucas, há um foco especial na infância de Jesus e no papel de Maria como sua mãe. A Anunciação, o episódio em que o anjo Gabriel aparece para Maria a fim de anunciar que ela conceberia Jesus, é uma passagem significativa. Lucas também descreve a visita de Maria a sua prima Isabel — quando Isabel, grávida de João Batista, reconhece o papel divino de Maria, e o cântico de louvor de Maria, conhecido como Magnificat, é registrado.

Já no Evangelho de Mateus, Maria aparece no contexto da genealogia de Jesus e no relato da fuga da família para o Egito, evitando a matança dos inocentes, ordenada por Herodes. Além dos Evangelhos, Maria é mencionada em Atos dos Apóstolos, em que é vista orando com os discípulos após a ascensão de Jesus. Ela também é referenciada indiretamente em profecias do Antigo Testamento que falam do nascimento de um messias por meio de uma virgem.

Representação de Maria, mãe de Jesus

→ Maria nas artes

Maria tem sido uma das figuras mais representadas nas artes ao longo dos séculos. Pintores renascentistas, como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael, criaram obras que se tornaram ícones da devoção mariana. O retrato de Maria com o menino Jesus no colo, conhecido como Madonna com o menino, é uma imagem popular em várias culturas. O rosto sereno e maternal de Maria simboliza pureza e amor, sendo retratado de diversas maneiras ao longo da história da arte.

“Madonna della rosa”, pintura atribuída a Rafael, retrata Maria, mãe de Jesus.
Madonna della rosa, pintura atribuída a Rafael, retrata Maria, mãe de Jesus.

→ Maria em esculturas

A escultura de Maria também tem destaque, especialmente nas catedrais e igrejas católicas. A Pietà, de Michelangelo, é uma das esculturas mais famosas e retrata Maria segurando o corpo de seu filho após a crucificação. Outra representação comum é a Virgem de Fátima, frequentemente retratada em esculturas como símbolo das aparições de Maria em Portugal, em 1917.

A Pietá, de Michelangelo, uma das esculturas mais famosas que retratam Maria.[2]
A Pietá, de Michelangelo, uma das esculturas mais famosas que retratam Maria.[2]

→ Maria na música

A devoção a Maria também se expressa na música, com várias composições clássicas dedicadas a ela. “Ave Maria”, uma das mais conhecidas, foi musicada por compositores como Franz Schubert e Charles Gounod, tornando-se uma peça central em celebrações religiosas e concertos. Corais e hinos também exaltam a figura de Maria, especialmente em ocasiões litúrgicas, como o mês de maio, dedicado a ela.

→ Maria na literatura

Na literatura, Maria aparece em escritos devocionais e teológicos. Ela é frequentemente retratada como um modelo de virtude e fé. A literatura cristã, ao longo dos séculos, como os escritos de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, refletiu sobre o papel de Maria no plano de salvação. Obras modernas também exploram sua figura sob diferentes perspectivas, como na poesia e nos romances históricos. Em específico, pode-se citar:

  • Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem (S. Luís Maria Grignion de Montfort);
  • As glórias de Maria (Santo Afonso Maria de Ligório);
  • A vida de Maria, mãe de Jesus (Francisco Miguel Willam, um sacerdote, escritor e teólogo austríaco).

→ Maria no cinema

No cinema, Maria tem sido retratada em várias produções sobre a vida de Jesus, como A Paixão de Cristo (2004), de Mel Gibson, em que Maria desempenha um papel emocional profundo. Filmes sobre suas aparições, como Nossa Senhora de Fátima (1952), também contribuíram para a popularização da devoção mariana em culturas de todo o mundo.

Leia também: Iemanjá — a figura tida como divindade dos mares, a mãe dos orixás e a protetora dos marinheiros

Características de Maria, mãe de Jesus

Maria é frequentemente descrita como a personificação da pureza, da humildade e da obediência. Seu papel como mãe de Jesus a coloca em uma posição única na história da salvação cristã. Além dessas virtudes, ela é vista como uma mulher corajosa, que enfrentou a perseguição e a dor de ver seu filho ser crucificado. A Igreja Católica a considera “imaculada conceição”, o que significa que ela foi concebida sem pecado original.

Quantos anos Maria tinha quando engravidou de Jesus?

Embora a Bíblia não mencione explicitamente a idade de Maria quando ela engravidou de Jesus, acredita-se que ela tinha entre 12 e 16 anos, com base nos costumes judaicos da época. Era comum que as jovens se casassem nessa faixa etária, e isso coincide com o contexto cultural e histórico do período.

Por que Maria é chamada de “mãe de Deus”?

Maria é chamada de “mãe de Deus” (Theotokos) no cristianismo, especialmente nas tradições católica e ortodoxa, porque ela deu à luz Jesus, considerado tanto plenamente Deus quanto plenamente homem. O termo foi formalmente proclamado no Concílio de Éfeso, em 431, que consolidou o entendimento cristão da união hipostática de Cristo, ou seja, sua natureza divina e humana como uma afirmação da sua divindade. A ideia é que, sendo Jesus Deus encarnado, Maria, como sua mãe, é reconhecida “mãe de Deus” em um sentido teológico.

Morte de Maria, mãe de Jesus

A morte de Maria não é descrita nos Evangelhos, e sua assunção ao céu é um dogma da Igreja Católica proclamado em 1950 pelo papa Pio XII. De acordo com a tradição, Maria foi levada ao céu em corpo e alma. A Igreja Ortodoxa celebra a Dormição de Maria, acreditando que ela morreu de maneira natural antes de ser levada ao céu. No entanto, não há um consenso completo sobre como ocorreu sua morte, sendo esse um tema mais ligado à tradição do que a relatos bíblicos.

Devoção a Maria, mãe de Jesus

A devoção a Maria é uma prática difundida em muitas tradições cristãs, especialmente no catolicismo. A oração do rosário, que inclui a repetição da “Ave Maria”, é uma das formas mais comuns de veneração. Maria também é objeto de muitas peregrinações, como ao santuário de Fátima, em Portugal, e ao de Lourdes, na França. Sua intercessão é considerada poderosa, e muitos fiéis recorrem a ela em momentos de necessidade.

Maria, mãe de Jesus em outras religiões

Além do cristianismo, Maria é reverenciada no islã, em que é conhecida como Maryam. O Alcorão dedica um capítulo inteiro a ela (Surata Maryam), no qual ela é mencionada mais vezes do que em todo o Novo Testamento.

Os muçulmanos a consideram uma mulher virtuosa e a mãe de um dos maiores profetas, Jesus (Isa). Já no judaísmo, Maria não tem um papel significativo, sendo mencionada apenas no contexto histórico como uma judia da época de Jesus.

Maria e o menino Jesus retratados no islamismo.
Maria e o menino Jesus retratados no islamismo.

Curiosidades sobre Maria, mãe de Jesus

Podemos citar como curiosidades sobre Maria, mãe de Jesus:

  1. Devoção mundial a Maria: A devoção a Maria é reconhecida mundialmente, e aparições são relatadas em diversos países ao longo dos séculos.
  2. Associação de Maria a milagres: a imagem de Maria é frequentemente associada a milagres. Exemplos incluem curas e intervenções em momentos de crise.
  3. Adaptação cultural do título Nossa Senhora: O título Nossa Senhora é adaptado para diferentes culturas. Há representações e nomes variados, como Nossa Senhora Aparecida, no Brasil, e Nossa Senhora de Guadalupe, no México.
  4. Aparição de Nossa Senhora de Guadalupe: O caso de Nossa Senhora de Guadalupe é um dos eventos religiosos mais venerados no México e no mundo católico. A história se refere à aparição da Virgem Maria ao indígena Juan Diego, em 1531, no Monte Tepeyac, perto da Cidade do México. Segundo a tradição católica, a Virgem teria aparecido quatro vezes a Juan Diego e, na última aparição, pediu-lhe que fosse até o bispo local para que construísse um templo no local da aparição. Diante da incredulidade do bispo, a Virgem instruiu Juan Diego a recolher flores no monte, que estaria coberto de neve. Ele as colocou em sua tilma (uma espécie de manto) e, ao apresentá-las ao bispo, a imagem da Virgem apareceu milagrosamente impressa no tecido. Essa imagem, que ainda hoje está exposta na Basílica de Guadalupe, tornou-se um símbolo de grande devoção e identidade nacional mexicana.
O manto no qual está a imagem de Guadalupe, no México.
O manto no qual está a imagem de Guadalupe, no México.

O aspecto mais intrigante do milagre está na imagem de Nossa Senhora impressa no manto de Juan Diego. Desde o século XX, vários cientistas e estudiosos de diversas áreas analisaram o tecido e levantaram questões e mistérios envolvendo sua origem e preservação. Alguns dos mistérios científicos mais conhecidos incluem:

  • A durabilidade do tecido (tilma): A tilma de Juan Diego era feita de fibra de agave, um material que normalmente se degrada em cerca de 20 anos. No entanto, a imagem permanece intacta mais de 490 anos depois, sem sinais significativos de deterioração, o que desafia a explicação natural.
  • A origem desconhecida dos pigmentos: Especialistas que analisaram a pintura da imagem relatam que não há vestígios de pinceladas nem de pigmentos conhecidos nas cores que formam a imagem. Isso gera perplexidade, pois não se sabe como a figura foi formada. Alguns estudiosos sugerem que não há explicação científica que explique como a imagem foi “pintada” no tecido.
  • As condições dos olhos da Virgem: Um dos aspectos mais fascinantes são os olhos da figura na tilma. Oftalmologistas que examinaram os olhos da imagem afirmam que, ao ampliar a área ocular, é possível observar o reflexo de figuras humanas. Esses reflexos corresponderiam, de forma muito detalhada, à cena de Juan Diego abrindo sua tilma diante do bispo. O fenômeno é conhecido como “reflexo de Purkinje-Sanson”, e é algo que normalmente ocorre em olhos vivos. Esse detalhe é considerado um dos grandes mistérios da imagem.
  • A temperatura constante: Outro fato curioso é que a tilma, mesmo exposta por tanto tempo a variações de temperatura, parece manter uma temperatura constante de 36,6 °C, equivalente à temperatura de um corpo humano.
  • Resistência a acidentes: A imagem já resistiu a diferentes tipos de acidentes. Um dos mais conhecidos foi a explosão de uma bomba colocada perto do altar da Basílica em 1921. Apesar da forte explosão, que destruiu objetos ao redor, a tilma e sua moldura não sofreram qualquer dano.

Créditos da imagem

[1] Immaculate / Shutterstock

[2] matias planas / Shutterstock

Fontes

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB). Catecismo da Igreja Católica: edição típica vaticana. Edição de bolso. 12 x 17 cm. São Paulo: Edições Loyola, 2002. 940 p.

HAUKE, Manfred. Introdução à Mariologia. São Paulo: Ecclesiae, 2021. 492 p.

BOFF, Clodovis. Mariologia. Petrópolis: Editora Vozes, 2019. 136 p.

OLIVEIRA, André Luiz. Santo Afonso e a Imaculada Conceição: breve tratado de Mariologia. Aparecida: Editora Santuário, 2021. 112 p.

Escritor do artigo
Escrito por: Tiago Soares Campos Bacharel, licenciado e doutorando em História pela USP. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito pela PUC. É professor de História e autor de materiais didáticos há mais de 15 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CAMPOS, Tiago Soares. "Maria, mãe de Jesus"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/maria-mae-de-jesus.htm. Acesso em 14 de dezembro de 2024.

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