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Desemprego no Brasil

O desemprego no Brasil é uma realidade que resulta de múltiplos fatores, tais como: crescimento econômico irregular, desigualdades regionais e baixa qualificação profissional.

Escrito “desemprego” acima de uma carteira de trabalho e de moedas brasileiras, uma alusão ao desemprego no Brasil.
O desemprego no Brasil é uma realidade que resulta de múltiplos fatores.
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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O desemprego no Brasil é resultado de múltiplos fatores, como o crescimento econômico irregular, mudanças tecnológicas que substituem a mão de obra humana, desigualdades regionais, baixa qualificação profissional e instabilidades políticas que afetam a criação de empregos. Esse fenômeno pode ser classificado em tipos, como o estrutural, ligado a transformações econômicas; o conjuntural, decorrente de crises; o friccional, relacionado à transição entre empregos; o sazonal, que depende de épocas específicas; e o de longa duração, quando o trabalhador fica mais de um ano sem colocação.

Leia também: O que é trabalho informal?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre desemprego no Brasil

  • O desemprego no Brasil é uma realidade que resulta de múltiplos fatores.
  • As principais causas do desemprego no Brasil incluem o crescimento econômico irregular, mudanças tecnológicas que substituem a mão de obra, desigualdades regionais, baixa qualificação profissional, alta informalidade no mercado de trabalho e crises políticas e econômicas que afetam a confiança dos investidores e a criação de empregos.
  • No Brasil, o desemprego pode ser classificado como estrutural, causado por mudanças na economia; conjuntural, decorrente de crises e flutuações econômicas; friccional, relacionado ao tempo de transição entre empregos; sazonal, ligado a períodos específicos do ano; e de longa duração, quando trabalhadores ficam mais de um ano sem emprego.
  • Em 2023, o Brasil ainda enfrentava desafios no mercado de trabalho, apesar de uma leve recuperação após a crise gerada pela pandemia de covid-19; a taxa de desemprego estava em 9,3%, com alta informalidade e desigualdade, principalmente entre jovens e mulheres, afetando a inserção plena na economia.
  • A taxa de desemprego no Brasil variou significativamente nos últimos 20 anos, atingindo o menor valor de 4,8% em 2014 e o maior em 2020, com 13,5%, devido à pandemia. A estimativa para 2023 foi de 9,3%, demonstrando uma recuperação gradual, mas ainda abaixo dos níveis anteriores à crise econômica e sanitária.
  • O desemprego no Brasil gera aumento da pobreza e desigualdade, precarização das relações de trabalho, evasão escolar, problemas de saúde mental e aumento da criminalidade, afetando a economia e o bem-estar social, especialmente em grupos vulneráveis que enfrentam dificuldades na reinserção no mercado de trabalho.

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Quais as causas do desemprego no Brasil?

Gráfico mostrando as principais causas do desemprego no Brasil com base nos dados do IBGE. |1|
Gráfico mostrando as principais causas do desemprego no Brasil com base nos dados do IBGE. |1|
  1. Crescimento econômico insuficiente (25%): a economia brasileira enfrenta um crescimento irregular, afetado por crises e recessões, o que limita a criação de empregos e aumenta o desemprego, especialmente em períodos críticos como 2015 e 2016.
  2. Educação e qualificação profissional (20%): a falta de qualificação adequada impede que muitos trabalhadores ocupem vagas que exigem maior nível de formação, dificultando a inserção em setores mais avançados e tecnológicos.
  3. Mudanças tecnológicas (15%): a automação e a digitalização substituem trabalhadores em diversas indústrias, levando ao chamado desemprego tecnológico, especialmente em setores onde a eficiência das máquinas supera a mão de obra humana.
  4. Desigualdade regional (15%): as regiões Norte e Nordeste possuem menor oferta de empregos comparadas ao Sul e Sudeste, devido a diferenças na infraestrutura e desenvolvimento econômico, agravando o desemprego em áreas menos favorecidas.
  5. Informalidade e flexibilização das leis trabalhistas (15%): a alta informalidade e as mudanças na legislação trabalhista reduzem a formalização de empregos e aumentam a insegurança, prejudicando a estabilidade e os direitos dos trabalhadores.
  6. Crises políticas e instabilidade econômica (10%): a instabilidade política e as crises, como o impeachment de 2016, reduzem a confiança dos investidores, afetando o mercado de trabalho e aumentando o desemprego.

Tipos de desemprego no Brasil

Gráfico indicando os tipos de desemprego no Brasil com base nos dados do IBGE. |2|
Gráfico indicando os tipos de desemprego no Brasil com base nos dados do IBGE. |2|

O desemprego pode ser classificado de diversas maneiras, dependendo das causas e características de cada caso. No Brasil, os principais tipos de desemprego são:

  • Desemprego estrutural (25%): está associado a mudanças na estrutura econômica, como avanços tecnológicos e substituição de mão de obra em setores específicos.
  • Desemprego conjuntural (30%): reflete as flutuações econômicas, sendo comum durante períodos de recessão e baixa atividade econômica.
  • Desemprego friccional (15%): representa o tempo necessário para que trabalhadores encontrem um novo emprego, mesmo em uma economia saudável.
  • Desemprego sazonal (10%): relacionado a variações temporárias de emprego em setores específicos durante certas épocas do ano.
  • Desemprego de longa duração (20%): refere-se a pessoas que estão desempregadas há mais de um ano, com dificuldade de reinserção no mercado de trabalho.

Veja também: Pobreza no Brasil — problema estrutural que deriva da má distribuição de renda e do Período Colonial

Situação atual do desemprego no Brasil

Atualmente, o Brasil enfrenta um cenário desafiador em relação ao desemprego. Após um período de relativa estabilidade no início da década de 2010, a taxa de desemprego aumentou significativamente a partir de 2015, em meio a uma grave crise econômica e política. Em 2020, com a pandemia de covid-19, o desemprego atingiu níveis alarmantes, com milhões de brasileiros perdendo seus empregos ou sendo forçados a trabalhar na informalidade.

Em 2023, a taxa de desemprego começou a apresentar sinais de recuperação, com leve redução, mas ainda assim o mercado de trabalho se mantém frágil. A informalidade continua alta, indicando que muitos trabalhadores não têm acesso a direitos trabalhistas e previdenciários. A juventude e as mulheres foram especialmente impactadas pelo desemprego, com taxas mais elevadas nesses grupos em comparação ao restante da população.

As reformas econômicas e trabalhistas implementadas nos últimos anos, como a reforma da Previdência e a flexibilização das leis trabalhistas, têm gerado debates sobre seus efeitos no mercado de trabalho. Enquanto alguns argumentam que essas mudanças são necessárias para modernizar a economia, outros alertam para o risco de precarização do trabalho e aumento das desigualdades.

Taxa de desemprego no Brasil

Gráfico mostrando a evolução da taxa de desemprego no Brasil entre os anos de 2003 e de 2023. |3|
Gráfico mostrando a evolução da taxa de desemprego no Brasil entre os anos de 2003 e de 2023. |3|

Ao longo das últimas duas décadas, a taxa de desemprego sofreu variações significativas, influenciadas por diferentes fatores econômicos e sociais.

  • 2003 a 2007: o desemprego começou a diminuir gradativamente, refletindo um período de crescimento econômico e políticas de incentivo ao emprego.
  • 2008 a 2009: pequeno aumento da taxa de desemprego em razão da crise econômica global que afetou o mercado de trabalho.
  • 2010 a 2014: a taxa continuou a cair, atingindo o menor valor da série histórica em 2014 (4,8%), um reflexo de uma economia aquecida e políticas de geração de empregos.
  • 2015 a 2017: forte aumento do desemprego devido à crise econômica e política interna, que resultou na recessão econômica do país.
  • 2018 a 2019: estabilização do desemprego em níveis altos, mesmo com algumas reformas econômicas e trabalhistas.
  • 2020 a 2021: a pandemia de covid-19 impactou significativamente a economia, elevando a taxa de desemprego a 13,5% em 2020, uma das mais altas da série.
  • 2022 a 2023: recuperação gradual do mercado de trabalho, com estimativa de redução do desemprego para 9,3% em 2023.

Consequências do desemprego no Brasil

O desemprego no Brasil gera uma série de consequências sociais, econômicas e psicológicas que afetam não apenas os indivíduos diretamente envolvidos, mas também toda a sociedade. Entre as principais consequências estão:

  • Aumento da pobreza e desigualdade social: o desemprego leva à perda de renda, o que, por sua vez, aumenta a pobreza e a desigualdade. Sem um emprego formal, muitas famílias passam a depender de trabalhos informais ou de programas sociais para sobreviver, o que não garante segurança financeira a longo prazo.
  • Evasão escolar e baixa qualificação profissional: a falta de emprego formal e renda estável força muitos jovens a abandonarem os estudos para ajudar no sustento da família, perpetuando um ciclo de baixa qualificação profissional e, consequentemente, desemprego.
  • Problemas de saúde mental: a perda de emprego e a falta de perspectivas geram ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental. A insegurança financeira e a falta de oportunidades afetam a autoestima e o bem-estar emocional dos trabalhadores desempregados.
  • Precarização das relações de trabalho: com o aumento do desemprego, cresce também a aceitação de condições de trabalho precárias, com salários baixos e falta de benefícios. Isso enfraquece o poder de negociação dos trabalhadores e contribui para a erosão dos direitos trabalhistas.
  • Impactos na economia: o alto desemprego reduz o consumo e a demanda por bens e serviços, o que prejudica o crescimento econômico. Além disso, aumenta os gastos do governo com assistência social, impactando o orçamento público.
  • Aumento da criminalidade: a falta de oportunidades no mercado de trabalho formal pode levar ao aumento da criminalidade, especialmente entre jovens, que veem no crime uma forma de obter renda. Esse fenômeno é agravado em contextos de desigualdade social e falta de políticas públicas eficazes.

Notas

|1| IBGE. Desemprego. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php.

|2| IBGE. Desemprego. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php.

|3| IBGE. Desemprego. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php.

Fontes

BACCIOTTI, Rafael; MARÇAL, Emerson Fernandes. Taxa de desemprego no Brasil em quatro décadas: retropolação da PNAD contínua de 1976 a 2016. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 50, n. 3, p. 513-534, jul./set. 2020. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0101-41615035rbe.

COSTA, Simone da Silva. Pandemia e desemprego no Brasil. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 54, n. 4, p. 969-978, jul./ago. 2020. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-761220200170.

IBGE. Desemprego. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php.

Escritor do artigo
Escrito por: Tiago Soares Campos Bacharel, licenciado e doutorando em História pela USP. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito pela PUC. É professor de História e autor de materiais didáticos há mais de 15 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CAMPOS, Tiago Soares. "Desemprego no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/desemprego-no-brasil.htm. Acesso em 30 de dezembro de 2024.

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