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Obá

Obá: força e ingenuidade compondo o universo mítico de um mesmo orixá
Obá: força e ingenuidade compondo o universo mítico de um mesmo orixá
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Na sua mitologia de origem, Obá pode ser vista como um interessante orixá que se alterna entre a força de uma guerreira e a ingenuidade de uma apaixonada. Isso porque vemos que sua trajetória é marcada por essas duas situações curiosamente distintas. Em suma, Obá é conhecida como um orixá muito poderoso e que, mesmo sendo feminina, tinha força suficiente para vencer vários orixás masculinos durante uma luta.

Contrastando com sua força, Obá vivia uma imensa angústia por sentir que Xangô, seu marido, tinha maior predileção pelas suas outras duas esposas: Iansã e Oxum. Por muito tempo, ela se esforçou em chamar a atenção do marido preparando deliciosos pratos que pudessem aumentar seu apreço. Entretanto, Xangô era mais próximo a Iansã durante as guerras e não resistia aos mimos de Oxum.

Um dia, cansada de se sentir em condição subalterna, Obá resolveu perguntar a Oxum qual era o segredo que mantinha o poderoso rei encantado por ela. Percebendo a fraqueza da esposa rival, Oxum inventou que ela preparara um amalá (prato bastante apreciado por Xangô) e que nele misturara a sua orelha em prova de devoção e profundo afeto ao esposo.

Ansiosa, ela preparou o amalá e decepou a própria orelha na esperança de enfeitiçar Xangô. Contudo, ao oferecer o prato, Xangô ficou muito furioso e enojado quando percebeu que a orelha de Obá se encontrava misturada ao amalá. Desesperada com a reação do marido, Obá percebeu que tinha sido vítima de uma tramoia ao ver que Oxum havia tirado o seu turbante e ostentava as suas orelhas completamente intactas.

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Mesmo tendo sido enganada, a insensatez de Obá despertou a ira de Xangô. Expulsas do reino de Oyó, Obá e Oxum se transformaram nos dois rios que levam os seus nomes. Dessa forma, Obá é uma divindade sempre associada à força de transformação das águas revoltas. No continente africano, o encontro entre os rios Obá e Oxum simboliza a verificação do mito que explica a rivalidade entre essas duas divindades.

Nos terreiros em que Obá se manifesta, suas devotas dançam com uma das mãos ou um pano encobrindo uma das orelhas. Em sua arquetipia, as pessoas pertencentes a esse orixá são muito zelosas e se determinam em alcançar os seus ideais. Entretanto, a sua determinação acaba sendo prejudicada pelo ciúme excessivo, a agressividade, a frustração e a ingenuidade.

Por Rainer Sousa
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Obá"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/religiao/oba.htm. Acesso em 24 de abril de 2024.

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