O afundamento da mina 18 da petroquímica Braskem, localizada no antigo campo do Centro Sportivo Alagoano (CSA), no Mutange, em Maceió (AL), teve redução de 0,25 centímetros por hora. A informação foi divulgada pela Defesa Civil da cidade hoje, 5 de dezembro.
A Defesa Civil de Maceió anunciou ainda que, nas últimas 24 horas, o deslocamento acumulado na mina é de 1,77 metro e a velocidade vertical apresenta movimento de seis centímetros.
Mesmo com a diminuição do risco de colapso na mina em Maceió, a Defesa Civil avisou que o alerta máximo emitido na semana passada ainda está em vigor. O órgão recomenda que as pessoas não andem pela área afetada até que seja emitida nova atualização.
Entenda o caso da mina da Brakem em Maceió
Na última quinta-feira, 30 de novembro, a Prefeitura de Maceió alertou que a cidade estava em situação de emergência durante 180 dias devido ao risco de colapso da mina a qualquer momento.
Conforme o alerta, a situação poderia causar o afundamento do solo em vários bairros de Maceió, como Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro, Mutange e Farol. Com o alerta, cerca de 60 mil pessoas saíram de casas, prédios e condomínios.
A Braskem é uma empresa petroquímica que atua na extração de sal-gema. Já a mina 18 é uma das 35 cavernas abertas pela Braskem.
De acordo com a Braskem, realmente há possibilidade de grande desabamento da área da mina, mas pode ser que o solo se acomode.
O ministro dos transportes, Renan Filho, visitou a área e enfatizou a gravidade da situação. Sendo ele, o cenário da minha em Maceió é grave. "Estamos falando de abalos sísmicos, bairros afundando, consequências de um possível crime socioambiental".
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O que é sal-gema?
Pietro Escobar, professor de Química do Curso e Colégio Oficina do Estudante, explica que o sal-gema é o minério de sal. "É importante dizer que tudo que se chama 'gema' é minério. O minério de sal é NaCl (cloreto de sódio), ou seja, é um minério de NaCl", avisa.
O professor comenta que o sal-gema, no Chile, é extraído do deserto; aqui, no Brasil, do Nordeste, das minas, como as do estado de Alagoas, mais precisamente, de Maceió.
"O sal-gema, que também pode ser chamado de halita, é encontrado em jazidas subterrâneas formadas, a partir da evaporação do oceano. Essa matéria-prima é usada, principalmente, pela indústria química, na produção de soda cáustica e bicarbonato de sódio, além de produtos de limpeza e higiene"
Consequências do colapso da mina da Braskem em Maceió
Luis Felipe, professor de Geografia do Colégio Oficina do Estudante, comenta que a situação de colapso em Maceió, por conta da mineração da Braskem, se apresenta como
consequência da mineração por mais de 40 anos.
Segundo o profissional, essa mineração de sal-gema foi interrompida em 2019, por meio de uma estratégia de bombeamento de água nas partes mais profundas do solo para diluição e depois extração desse sal-gema, e um preenchimento feito, artificialmente, para repor esse material natural, que é extraído do solo
Na opinião do profissional, ainda não é possível medir completamente os impactos desse colapso, sobretudo no médio e longo prazos, porque ninguém sabe exatamente quais substâncias foram utilizadas ali para preencher essas áreas de mineração e até que esse movimento de acomodação de solo se estabeleça em definitivo, e isso pode levar anos, a situação continua muito imprevisível.
O professor comenta que a colapso da mina da Brakem em Maceió é mais um crime ambiental que fica como alerta para que os órgãos de fiscalização e a
sociedade civil em geral passe a ver com mais cautela, com mais cuidado.
"Também é preciso ver de maneira mais humanizada também, essa balança que coloca de um lado o lucro que as empresas obtêm para sustentar a produção, o consumo, a indústria, e, de outro lado, as catástrofes e crimes socioambientais que a exploração da natureza, quando feita de maneira inadequada e negligente, pode ocasionar"
*Com informações da Agência Brasil
Crédito da imagem:
[1] Itawi Albuquerque/ Secom da Prefeitura de Maceió
Por Silvia Tancredi
Jornalista