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Guerra de Sucessão Espanhola: o poder em jogo na Europa

A Guerra de Sucessão provocou um abalo no equilíbrio político europeu.
A Guerra de Sucessão provocou um abalo no equilíbrio político europeu.
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A Guerra de Sucessão Espanhola foi uma guerra que marcou o contexto de disputas por tronos e domínios coloniais na Europa. O rei Carlos II da Espanha, casado com a princesa francesa Maria Luísa, não tinha deixado nenhum herdeiro apto a comandar o governo espanhol após a sua morte. Com isso, o rei francês Luis XIV tinha interesse em deixar os domínios espanhóis nas mãos de seu neto Filipe V.

No entanto, a possibilidade de união entre as duas coroas desagradava imensamente aos interesses de outras monarquias européias. Os monarcas da Inglaterra, Portugal e Holanda fizeram forte oposição ao Arquiduque Charles do Sacro-Império Germânico, que poderia reunir os domínios espanhóis e franceses sobre as mãos da família Habsburgo. Ao mesmo tempo, Inglaterra e Holanda eram contra a dominação francesa, pois temiam o surgimento de uma nova potência econômica que prejudicaria os interesses de ambas as nações.

Fatigado pelos conflitos outrora realizados durante a Guerra da Grande Aliança, o rei Luis XIV da França resolveu assinar um acordo diplomático. O tratado foi estabelecido com o rei William III da Inglaterra e definia que José Ferdinando, príncipe da Bavária, poderia ter domínio sobre o trono espanhol desde que cedessem as regiões de Nápoles, Sicília e Milão para o futuro herdeiro da França. O rei espanhol, Carlos II, se opôs ao tratado e resolveu conceder todo trono espanhol para as mãos de José Ferdinando.

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A ação de Carlos II, que poderia dar fim ao problema sucessório, caiu por terra com a inesperada morte de José Ferdinando. No ano de 1700 um novo acordo diplomático foi assinado entre França, Inglaterra e Holanda. O novo acordo previa que o governo francês deveria ter controle sobre Nápoles, Sicília e Milão; e o novo rei deveria ser o Arquiduque Charles. Os herdeiros espanhóis, insatisfeitos com o novo acordo, forçaram o moribundo rei Carlos II a repassar o trono para Felipe V. Dessa maneira, a França teve sua ambição unificadora com a ascensão do novo rei.

Dessa forma, os demais reinos envolvidos na disputa não aceitavam o novo acordo prevendo a hegemonia política e econômica da França. As hostilidades instaladas entre os países europeus empreenderam uma guerra que buscava dar fim ao processo de hegemonia dos domínios franceses. Na batalha de Blenheim, em 1704, as tropas holandesas foram vitoriosas contra os franceses na Bavária. A resistência dos franceses ainda mostrou alguma força durante os anos seguintes, fazendo algumas pequenas conquistas.

No ano de 1709, a batalha de Malplaquet selou a vitória das forças contrárias à unificação dos territórios franceses e espanhóis. O enfraquecimento dos países envolvidos no conflito veio a abrir negociações de paz. França, Inglaterra e Holanda assinaram o chamado Tratado de Utrecht, em 1714. O final do conflito estabeleceu o equilíbrio político-territorial entre as monarquias européias.
Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Guerra de Sucessão Espanhola: o poder em jogo na Europa"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/guerra-sucessao-espanhola.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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