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Antes de iniciarmos nosso estudos sobre as peculiaridades concernentes ao referido fato linguístico, analisaremos as ocorrências a seguir:
O aluno pediu para sair mais cedo em virtude de problemas pessoais. O diretor pediu para que os funcionários atualizassem seus dados cadastrais. |
Ambos os enunciados linguísticos fazem uso do verbo pedir, que analisado de acordo com sua transitividade, figura-se como transitivo direto e indireto. Tal dedução torna-se prática partindo do princípio de que:
Sempre pedimos algo a alguém, reforçada em uma finalidade – Peça permissão à secretária para usar o telefone.
Tais características, uma vez detectadas, resta-nos uma última análise: tratando-se da gramática tradicional, as combinações em evidência (pedir para e pedir que) encontram-se adequadas à mesma? Ou existe alguma particularidade a que se remetem? É o que iremos desvendar a seguir.
Como o emprego correto de determinadas expressões encontram-se diretamente ligadas ao contexto em que se inserem, a expressão “pedir para” só poderá ser empregada quando esta denotar licença, permissão, autorização. Conforme demonstra o exemplo em evidência:
Pedi para ausentar-me por alguns instante durante a reunião.
O garoto pediu para não ser expulso do colégio.
Em se tratando do segundo exemplo referente aos enunciados anteriores, retomemo-lo:
O diretor pediu para que os funcionários atualizassem seus dados cadastrais.
O uso da preposição “para” torna-se indevido na medida em que não há no contexto o sentido de autorização ou permissão. Fato comprovado por meio dos seguintes excertos:
Pediram que eu ministrasse uma palestra naquele evento.
Os atletas pediram que o treinador fosse substituído.
O diretor pediu que os funcionários atualizassem seus dados cadastrais.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola