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Tópicos deste artigo
- 1 - Banditismo social e o cangaço
- 2 - Repercussão do cangaço no Nordeste
- 3 - Morte de Lampião e seu bando
Banditismo social e o cangaço
No período da história brasileira conhecido como “República Velha”, um dos fenômenos sociais mais complexos de se compreender foi o “banditismo” ou “banditismo social”, como apregoa certa tradição do pensamento histórico e sociológico. A principal corrente do banditismo social no Brasil teve ocorrência no sertão nordestino e foi representada pelo chamado cangaço. O principal cangaceiro brasileiro foi o pernambucano Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. A morte de Lampião e seu bando ocorreu aos 28 dias do mês de julho de 1938, em plena ditadura do Estado Novo.
Repercussão do cangaço no Nordeste
O cangaceiro Lampião tornou-se, tanto em vida quanto após a sua morte, alvo de lendas fabulosas, muitas delas romanceadas, sobretudo em razão de seu relacionamento com Maria Bonita, que o acompanhava no bando de cangaceiros. Sua saga no cangaço começou após a morte dos pais, que, até onde se sabe, foram vítimas da opressão dos grandes latifundiários da região onde morava em Pernambuco. A revolta contra a classe de fazendeiros e políticos que a eles se associavam transformou Lampião e outros cangaceiros famosos, como Corisco e Caixa de Fósforo, em justiceiros; porém, justiceiros imbuídos de ações atrozes.
O fato é que as ações do cangaço tiveram grande repercussão entre as camadas populares e foram transformadas em temas da literatura feita por autores como Jorge Amado e João Guimarães Rosa. Por meio do cangaço, Lampião conseguiu estabelecer tanta influência em certas regiões no Nordeste que, à época em que Getúlio Vargas começou a desenvolver seu projeto de integração e modernização autoritária do país, ele precisava, entre outras coisas, sufocar os movimentos de rebelião popular.
Morte de Lampião e seu bando
No início de julho de 1938, soube-se, por meio de um delator, que Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros achavam-se escondidos na região dos Angicos, nas proximidades da cidade de Aracaju, em Sergipe. O tentene João Bezerra partiu de Aracaju com um grupo armado à caça dos cangaceiros. Chegaram ao local na manhã de 28 de Julho e surpreenderam-nos com vários tiros de metralhadora portátil. Com Lampião, além de Maria Bonita, estavam os cangaceiros: Quinta-Feira, Mergulhão, Luís Pedro, Elétrico, Caixa de Fósforo, Enedina, Cajarana, Moeda e Mangueira.
Todos foram decapitados. Alguns ainda estavam vivos quando suas cabeças lhes foram retiradas dos corpos. Os policiais exibiram essas cabeças como troféus em praça pública, enviando-as posteriormente para o museu Nina Rodrigues, em Salvador, Bahia, onde ficaram expostas durante muito tempo.
Por Me. Cláudio Fernandes