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Giorgia Meloni é uma política italiana conhecida por liderar um partido de extrema-direita: o Fratelli d’Italia. Ela ingressou em grupos de extrema-direita de posições neofascistas ainda na sua adolescência. Fez parte do Movimento Sociale Italiano (MSI), do Alleanza Nazionale (AN) e do Il Popolo della Libertà (PdL), todos partidos de direita ou extrema-direita.
Foi conselheira da província de Roma, concorreu à prefeitura da capital italiana e foi ministra da Juventude durante o gabinete de Silvio Berlusconi, entre os anos de 2008 e 2011. Fundou o Fratelli d’Italia (FdI), tornando-se presidente desse partido em 2014 e contribuindo para seu crescimento no cenário político italiano.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Giorgia Meloni
- 2 - Nascimento e juventude de Giorgia Meloni
- 3 - Carreira política de Giorgia Meloni
- 4 - Ingresso de Giorgia Meloni no Fratelli d’Italia
- 5 - Posições políticas de Giorgia Meloni
Resumo sobre Giorgia Meloni
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Giorgia Meloni é uma política de extrema-direita da Itália.
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Ingressou em grupos neofascistas já na sua adolescência.
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Foi ministra da Juventude durante o gabinete de Silvio Berlusconi.
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Fundou o Fratelli d’Italia em 2012, tornando-se líder do partido em 2014.
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É conhecida por posições extremistas, com declarações elogiosas a Mussolini e opiniões homofóbicas.
Nascimento e juventude de Giorgia Meloni
Georgia Meloni nasceu na cidade de Roma, Itália, no dia 15 de janeiro de 1977, sendo criada em um distrito da cidade de Roma chamado Garbatella. É filha de um consultor fiscal que abandonou sua família quando Meloni ainda era uma criança. Ela teve contato com a política muito jovem, ingressando em movimentos neofascistas ainda na adolescência.
Carreira política de Giorgia Meloni
Em 1992, Meloni ingressou no Fronte della Gioventú, uma ala para jovens do Movimento Sociale Italiano (MSI), um partido de extrema-direita considerado um herdeiro do legado político do fascismo na Itália e fundado por antigos membros do Partido Fascista. Em 1996, ela se tornou parte da Alleanza Nazionale (AN), um partido conservador que surgiu do MSI.
Já em 1998, aos 21 anos, Giorgia Meloni foi eleita conselheira da província de Roma, permanecendo na função até o ano de 2002. Sua atuação política a transformou na primeira mulher presidente da seção da juventude do AN.
Em 2006, Meloni conseguiu ser eleita para a Câmara dos Deputados da Itália, pelo Alleanza Nazionale. Nessa altura, ela já atuava como vice-presidente do AN, sendo a vice-presidente mais nova da história desse partido. Isso deu início a uma longa permanência de Meloni na Câmara italiana.
O sistema política italiano é bicameral, composto por uma Câmara dos Deputados e por um Senado. Na Câmara dos Deputados, Meloni conseguiu ser eleita por diferentes províncias italianas — Lazio, Lombardia e Latina. Isso contribuiu para transformá-la em uma das políticas mais influentes da extrema-direita na Itália.
Em 2008, ela foi apontada pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi, um político conservador da Itália, para assumir o Ministério da Juventude. Meloni permaneceu na posição durante todo o período do gabinete de Berlusconi, perdendo a posição somente em 2011, quando ele renunciou ao posto de primeiro-ministro.
Em 2009, o Alleanza Nazionale se juntou ao Forza Italia, outro partido de direta e de ideologia conservadora, e juntos fundaram o Il Popolo della Libertà.
Leia também: Afinal, o nazismo era de esquerda ou de direita?
Ingresso de Giorgia Meloni no Fratelli d’Italia
Em 2012, Giorgia Meloni teve alguns desentendimentos no Il Popolo della Libertà (PdL), e por isso abandonou esse partido. Ela e outros políticos conservadores juntaram-se para lançar o Fratelli d’Italia (FdI), um partido político de extrema-direita, com posições políticas radicais e extremamente conservadoras.
Meloni se estabeleceu como um nome de peso do Fratelli d’Italia e assumiu a liderança do partido em 2014, posição que ainda sustenta. Desse ano em diante, Meloni foi ganhando popularidade, assim como o seu partido político.
Em 2016, ela concorreu à eleição para a prefeitura de Roma e acabou a disputa em terceiro lugar, obtendo quase 270 mil votos, o que correspondeu a 20,62% dos votos válidos. Em 2018, o FdI concorreu às eleições gerais da Itália, obtendo um resultado modesto. O partido de Meloni recebeu 4,35% dos votos para a Câmara dos Deputados e 4,26% dos votos para o Senado.
O FdI obteve poucas cadeiras no Parlamento italiano, mas fez parte de uma coalização de partidos de centro-direita que conquistou o maior número das cadeiras no Parlamento nessa eleição, embora não tenha obtido uma maioria clara. Entre os anos de 2018 e 2022, Meloni e seu partido colocaram-se como oposição aos dois primeiros-ministros do período: Giuseppe Conte e Mario Draghi.
Na eleição geral de 2022, realizada em 25 de setembro, o partido de Meloni obteve, sozinho, mais de 26% dos votos, fazendo dessa a votação mais expressiva da história do FdI. Além disso, o partido fez parte de uma coalização de direita que obteve mais de 43% dos votos, conquistando maioria dos assentos na Câmara dos Deputados e do Senado.
Essa foi a primeira vez que um partido neofascista assumiu o poder na Itália desde a derrubada do fascismo, em 1945. Pela expressão da votação do FdI, espera-se que, nas próximas semanas, Giorgia Meloni seja nomeada primeira-ministra da Itália, a primeira mulher a assumir a posição.
Posições políticas de Giorgia Meloni
Além de liderar um partido político considerado sucessor do fascismo italiano, Meloni é conhecida por ter posições polêmicas e preconceituosas. Entre as suas falas, ela assume que Mussolini foi um bom governante para a Itália, além de ser abertamente contra a imigração e defensora de medidas para impedir a entrada de imigrantes ilegais no território italiano.
Ela também é marcada por posições homofóbicas, pois se anuncia contrária ao casamento entre homossexuais. Ela também é contra o aborto e já se posicionou contra a eutanásia. Meloni também defende a renegociação dos acordos que formam a União Europeia, posições islamofóbicas e o aumento da natalidade em seu país.
Muitos especialistas na política italiana apontam que ela é cercada por pessoas simpatizantes do nazismo e que sua ascensão política foi resultado de uma campanha midiática que procurou amenizar seu extremismo político.
Créditos da imagem:
[1] Vincenzo Izzo e Shutterstock
Por Daniel Neves
Professor de História