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Essa é uma pergunta que a maioria das pessoas responderiam “não”. Isso porque existe um padrão de corpo que varia apenas entre os sexos, mas não varia conforme a idade. Ou seja, há um padrão de corpo para as mulheres e outro para os homens, não importando se as pessoas são crianças, adolescentes, adultos ou idosos. Deve-se lembrar que os padrões de corpo variam conforme o contexto histórico-social em que se vive: as mulheres mais desejadas na época da Renascença eram as mais gordinhas, pois seus corpos eram um indicativo de bom nível socioeconômico.
O padrão corporal masculino se caracteriza pela definição de músculos do corpo, principalmente de ombros largos e peitoral e braços definidos. Já o tipo ideal de corpo feminino é dado pela altura acima de 1,70m e pela magreza exacerbada. Esses fatores não seriam um problema se esses modelos de corpo não fossem impostos de modo tão cruel pela mídia televisiva e pelas capas de revista. Basta pensar: quantos gordinhos você vê nas novelas? Se ele existe, ele é protagonista? Certamente não, já que o modelo de pessoa de sucesso (principalmente mulheres) é sempre magro, alto e jovem.
Um dos resultados desse padrão inflexível é a modificação do corpo por meio de cirurgias e outras correções de tipo estético. O botox, por exemplo, é uma marca da toxina butolínica que, aplicada ao rosto, reduz significativamente as rugas de expressão. O laser é muito utilizado como método de depilação definitiva. A lipoaspiração é um método cirúrgico bastante doloroso, que tem por objetivo eliminar as gordurinhas extras presentes no corpo. Na maioria dos casos, são as mulheres que se submetem a esses procedimentos. Mas, atualmente, a preocupação estética masculina também aumentou: já existe salão de beleza apenas para homens, linhas inteiras de cosméticos e alguns também enfrentam procedimentos cirúrgicos para exibir um corpo musculoso na praia. Há um tipo de implante de silicone nos homens que faz parecer que toda a sua musculatura é definida.
Pensando desse jeito, parece até que os exercícios físicos tornaram-se dispensáveis. Será? E a saúde? É sabido que a atividade física é fundamental para o controle da obesidade, do diabetes, da hipertensão e também do estresse. Não vá pensar que essas doenças apenas acometem pessoas mais idosas: isso não é verdade! O combate ao sedentarismo deve ocorrer em pessoas de todas as idades.
Por outro lado, também é preciso tomar cuidado, porque magreza não é, necessariamente, sinal de saúde. Há duas doenças que se desenvolvem muito mais em mulheres do que em homens: anorexia e bulimia. A anorexia é um tipo de transtorno de ansiedade em que a pessoa não consegue (e às vezes não quer) se alimentar; a bulimia é um outro transtorno de ansiedade em que a pessoa come, mas depois vomita, com medo de engordar. Geralmente, essas doenças podem se inciar a partir de uma crise nervosa, ou de um momento conturbado em que a pessoa esteja passando, porém muitas pessoas não procuram tratamento porque acham que é bom ser magra. O que não se fala é que muitas delas passam longos períodos em clínicas especializadas, fazendo tratamentos psicológicos longos para conseguir voltar a se alimentar.
Por isso, se você tem algum desses problemas ou conhece alguma amiga que o tenha, converse com seus pais ou algum de seus professores: eles saberão como ajudar. Além disso, lembre-se sempre que cada um tem o seu próprio tipo de corpo e que esse padrão individual é o que deve ser respeitado. E depois de ler esse texto? Você está mais satisfeito com o seu corpo?
Por Paula Rondinelli
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
Mestre em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
Doutoranda em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo - USP