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O profissional sistêmico, aquele que adotou a abordagem sistêmica que propõe o abandono à simplicidade de procurar uma causa para um fenômeno privilegiando as interações dentro do sistema; atuará da seguinte forma dentro do contexto escolar: convidará para um atendimento em conjunto, todos os “envolvidos” com o problema, desde aqueles que lidam cotidianamente com o cliente até aqueles “especialistas” que o definem como portador de um problema, como por exemplo, um neurologista, um orientador escolar, psicopedagogo ou um fonoaudiólogo.
Se o profissional trabalhasse de uma forma tradicional, conversando com cada uma das pessoas, para depois elaborar uma síntese, desenvolveria sua própria narrativa a respeito de todo o caso, mas ficaria detentor do poder - conferido pelo conhecimento de informações- e da responsabilidade de “atuar para curar” o cliente.
Colocando juntos todos os “envolvidos”, viabiliza-se a construção de uma nova narrativa de que todos participam e o poder também fica repartido entre todos. Todos, até mesmo o portador do problema, serão responsáveis pelo diagnóstico (descrição do problema) e todos serão responsáveis pela cura (a construção de narrativas que dissolvam o problema).
Para uma melhor compreensão do funcionamento do aluno, julga-se importante percebê-lo no contexto sala de aula que é um subsistema no qual está inserido, observar a rede de sistemas a que pertence suas relações, viabilizando este novo olhar, e pensar sobre o ser humano, não como indivíduo isolado portador do sintoma, mas sim resultante das inter-relações e do material patogênico dos subsistemas que faz parte. Este talvez, seria um olhar mais “autêntico”.
Patrícia Lopes