Em entrevista após a abertura do seminário “Caminhos para a qualidade da educação pública: impactos e evidências”, realizado ontem, 15 de setembro, em São Paulo, o ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou que o governo pretende aprovar até o final do ano a Reforma do Ensino Médio. A reformulação é vista como prioridade para o Ministério da Educação (MEC).
A intenção do MEC é aprovar a reforma já na semana que vem, por meio de Medida Provisória (MP) a ser editada pelo presidente Michel Temer. Inicialmente, a ideia era aprovar a reforma por meio do Congresso, mas como a prioridade do parlamento neste momento é aprovar medidas relacionadas à economia, o MEC deve optar pela MP.
Mudanças
A Reforma do Ensino Médio visa, principalmente, a diminuição e a flexibilização das matérias, além do aperfeiçoamento da conexão entre o ensino médio e o técnico. A proposta, cujo texto inicial pertence ao deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), também estabelece o ensino em tempo integral.
Pela proposta, o aluno tem que optar por uma das grandes áreas no ensino médio (Ciências Exatas, Ciências Humanas e Ciências Biológicas), semelhante ao que acontece em países como Estados Unidos e China. Isso não significa que um estudante que opte por Exatas, por exemplo, terá apenas aulas de Matemática e Física. As outras disciplinas continuarão sendo ensinadas, mas com menor aprofundamento.
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Segundo o ministro da Educação, “não faz sentido que o jovem que quer ingressar em um curso ligado à área de humanas tenha a mesma base curricular daquele jovem que vai para as ciências exatas”. Mendonça Filho também considera alto o número de 13 disciplinas obrigatórias que compõem a grade curricular atualmente.
Com a reforma, o MEC também quer aproximar o ensino médio do técnico, como acontece nos institutos e centros federais. “A grande maioria das redes da educação média são absolutamente separadas da educação técnica. Nós temos que aproximar mais para oferecer também essa oportunidade para os jovens”, disse o ministro.
Enem
O Ministério da Educação não prevê reformas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) esse ano, no entanto, a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, já deu declarações que indicam mudanças em 2017. Maria Inês quer que o Enem seja visto mais como um exame de qualificação de desempenho, como no início, e não apenas como um exame de seleção das universidades.