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O Bunraku é uma espécie de teatro japonês caracterizado pela utilização de bonecos para a encenação. Assim como o Kubaki e o teatro Nô, o Bunraku foi originado no final do século XVI e permanece até os dias de hoje como lembrança viva do passado. Inicialmente foi criado como entretenimento para as pessoas que viviam em Osaka, província localizada na ilha de Honshu.
Para uma apresentação de Bunraku deve haver técnicas sofisticadas que associam narração, música shamisen e a manipulação dos bonecos que podem chegar até dois metros de altura. Os bonecos são feitos em madeira e possuem mecanismos que garantem boa resposta aos comandos direcionados a eles. Movimentam todo o corpo e ainda conseguem realizar expressões faciais por meio dos comandos dados pelo manipulador responsável pela face.
O narrador, peça-chave da encenação, além de descrever o cenário, a ação e a emoção dos personagens, também é responsável por falar pelos personagens e por cantar por eles. As baladas do gidayu firmam o clima dramático necessário nesse tipo de teatro. O shamisen, por sua vez, atua acompanhando o ritmo do espetáculo e ainda tem liberdade para, em alguns casos, dirigir qualquer variação rítmica. A encenação mais conhecida do Bunraku se chama “As crônicas da princesa Joruri”.
Chikamatsu Monzaemon, escritor de Kabuki, foi quem humanizou as histórias, enfatizando a vida dos comerciantes da província e ainda as condutas morais e éticas daquele tempo. No século XVIII, o Bunraku entrou em decadência por causa de novas técnicas que surgiram para o teatro com bonecos, porém no século XX voltou à tona com técnicas altamente sofisticadas e reconhecidas por todo o Japão.
Por Gabriela Cabral