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Ao observamos o desenvolvimento da Segunda Guerra Mundial, vemos que os alemães estiveram bem próximos de vencer a guerra por meio de suas poderosas ofensivas. De fato, após tomar o território francês e quase abater a resistência britânica, os nazistas se mostraram fortemente preparados para o confronto. Tal situação só mudou quando Estados Unidos e União Soviética entraram no conflito em busca do esfacelamento das tropas nazi-fascistas.
No ano de 1943, durante a Conferência de Teerã, os chefes de Estado da Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética se reuniram para determinar uma estratégia de ação. No dia 6 de junho de 1944, o famoso “Dia D” impôs o desembarque de 3,5 milhões de soldados imbuídos da missão de acabar com as forças totalitárias. Para tanto, contaram com a imprescindível ajuda de embarcações e navios de guerra. Com o passar do tempo, Berlim se transformou no grande objetivo a ser alcançado.
De fato, as vitórias obtidas ao longo de 1944 impediram que os alemães tivessem chances significativas de retomar o controle da situação. A Segunda Guerra Mundial se estendeu por mais um ano mediante a insistência das lideranças germânicas e italianas que ainda acreditavam na reviravolta. No entanto, as derrotas se acumularam e o fim do conflito se tornou apenas uma questão de tempo. Conforme já dito, ainda havia aqueles que acreditavam na vitória do Terceiro Reich.
Foi nesse justo contexto de mobilização que o Werwolf, um grupo de resistência nazista, se formou contra as tropas aliadas. Organizados em pequenos grupos de insurgência, se aproveitavam do sistema radiofônico do país para desenvolver algumas de suas ações e fazer oposição contra aqueles que seriam os grandes culpados pela derrocada do regime hitlerista. Entre outras figuras, difamavam publicamente o major britânico John Poston e o prefeito da cidade de Aachen, Franz Oppenhoff.
No campo de batalha, os membros da Werwolf causaram pequenos estragos organizando emboscadas, sabotando linhas de trem e realizando alguns planos de assassinato. Entre os maiores atos de terrorismo atribuídos a essa força de resistência, destacamos a explosão de uma bomba na cidade alemã de Bremen, que acabou fazendo quarenta e quatro vítimas. De acordo com a obra “The last nazis” (Os últimos nazistas), esses grupos foram responsáveis por aproximadamente 700 mortes.
Por algum tempo, a existência clandestina da Werwolf alimentava uma débil esperança de que o nazismo pudesse ser reorganizado no interior da Alemanha. Entretanto, na medida em que soviéticos e capitalistas negociavam suas zonas de influência pelo mundo afora, os planos de reavivamento da Werwolf iam por água abaixo. Nos dias de hoje, a trajetória desse grupo inspira todo um imaginário vinculado à existência de outras organizações secretas inspiradas pela doutrina totalitária.
Por Rainer Sousa
Graduado em História