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Um dos principais grupos de elite do exército estadunidense, os Rangers (também conhecidos como boinas-pretas) foram utilizados como tropas para ações especiais e perigosas que ficaram notórias na história militar dos EUA, como também foram utilizados como personagens heroicos para os filmes hollywoodianos.
A história do nome adotado pelo grupo remonta à época colonial, quando os emigrantes ingleses chegaram à América do Norte e passaram a lutar contra os indígenas para expulsá-los de seus próprios territórios. A primeira referência aos Rangers se deu por volta de 1670, quando o capitão Benjamin Church formou uma tropa para enfrentar os indígenas nas florestas, utilizando técnicas de guerrilha em práticas semelhantes às adotadas pelos indígenas. Apareceram novamente durante a Revolução Americana, quando os EUA se tornaram independentes do Império Inglês. Essa divisão militar reapareceu ainda durante diversos momentos da história militar estadunidense, como na Guerra de 1812, pela conquista dos territórios na região dos Grandes Lagos, na Guerra Civil (1861-1865), na II Guerra Mundial e na Guerra da Coreia (1950-1953). Na formação atual da tropa, apenas o nome do grupo é o mesmo, sendo que suas ações se diferenciam da formação inicial, decorrente das mudanças verificadas nas técnicas de guerra. A formação episódica desse grupo, que consistia de tropas de choque e assalto, permaneceu até a Guerra do Vietnã, quando ganharam unidades permanentes, contando com batalhões e outras estruturas administrativas militares.
Como em quase toda tropa de elite militar, os soldados são colocados sob severas condições de treinamento, preparando-os para enfrentar as maiores dificuldades e tratar com menor complacência seus inimigos. O treinamento dos Rangers os prepara para ataques surpresas, conquistas de instalações protegidas, reconhecimento em áreas de alto risco, infiltração em território inimigo, dentre outras ações. Para ser um Ranger, os soldados precisam já ter passado pelo exército e pela Escola de Paraquedistas, sendo que o treinamento físico-militar os torna preparados para ações em terreno urbano, no deserto, na selva, na neve, nas montanhas e na guerra anfíbia.
Foi durante a Segunda Guerra Mundial que os Rangers ficaram famosos no meio militar. O primeiro batalhão Ranger foi ativado em 19 de junho de 1942, sendo que posteriormente foram formados mais oito, para lutar na Ásia, no Pacífico e na Europa. No desembarque das tropas estadunidenses na Normandia, em 6 de junho de 1944, os Rangers tiveram atuação destacada. Também conhecido como o Dia D, essa data marca o início da reviravolta a favor dos Aliados nos combates desenvolvidos no front ocidental. A ação consistiu na escalada de um paredão de 45 metros na praia de Point du Hoe, conseguindo depois da difícil subida neutralizar uma tropa nazista estrategicamente colocada para evitar a tomada da região. Ao mesmo tempo, uma segunda companhia do grupo se deslocava pela praia de Omaha, localizada abaixo do paredão, enfrentando e rompendo o cerco inimigo para encontrar a tropa que havia realizado a escalada. Após este momento, passaram a combater corpo a corpo através das trincheiras, criando as condições para o exército tomar a região da Normandia.
Apesar de ações vitoriosas como a da II Guerra Mundial, houve também ações desastrosas na história dos Rangers. Uma delas ocorreu em 1993, quando em conjunto com outra força de elite, a Força Delta, lutaram contra a guerrilha de Maomé Aidib, na Operação Restore Hope, sendo derrotados em duas ocasiões, em 26 de agosto, após 18 horas de batalha, e em 03 de outubro, quando em um combate urbano tiveram dois helicópteros abatidos pelos guerrilheiros, contando 16 mortos e 57 feridos.
Por Tales Pinto
Graduado em História