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Em julho de 1943 um importante fato ganhou as manchetes que atentamente acompanhavam o desenrolar da Segunda Guerra Mundial. Naquele mês, Benito Mussolini, líder máximo do Estado Fascista Italiano, havia sido deposto pelo monarca Vittorio Emanuele III e aprisionado na região de Gran Sasso. A notícia soou como uma grande vitória para os países aliados e, conseqüentemente, colocou os planos de Adolf Hitler e dos Países do Eixo à mercê de um fracasso iminente.
A situação que já parecia nenhum pouco favorável somente piorou quando o novo primeiro-ministro italiano, Pietro Badoglio, resolveu assinar um armistício que preparava a rendição italiana. Mediante tal contexto desfavorável, Hitler organizou um grupo de operações que teria a difícil missão de localizar e libertar Benito Mussolini. Tal ação visava recolocar as tropas italianas no combate através da volta do carismático líder fascista.
Kurt Student e Otto Skorzeny, dois agentes secretos alemães, foram enviados para a Itália para que a localização de Mussolini fosse obtida. Nesse meio tempo, descobriram que os oponentes políticos do duce tentavam anular uma volta do líder fascista mantendo-o preso em diferentes lugares por uma curta temporada. Mesmo sendo plausível, essa tática não impediu que os dois agentes descobrissem as diferentes prisões por onde Mussolini havia passado.
Depois de retirado da cidade de Roma, o precioso cárcere havia sido transferido para a ilha de Ponza, para a base naval de La Spezia em uma pequena vila da Sardenha. Nesse último paradeiro, Student e Skorzeny souberam que Benito Mussolini seria mais uma vez transferido, agora para o hotel Campo Imperatore, localizado na região de Grans Sasso. Foi daí então que os dois agentes decidiram articular o pretensioso resgate com o uso de aviões planadores e um grupo de pára-quedistas.
Esse tipo de meio de transporte aéreo era bastante utilizado pelos alemães, que dominaram seu uso desde a época em que o Tratado de Versalhes proibia o país de ter uma Força Área de grande porte. Apesar de serem ágeis e precisos, esses aviões não tinham grande agilidade e, por isso, acabavam vulneráveis a qualquer tipo de bateria antiaérea. Tal fato aumentou os riscos da operação, que possuía uma previsão de baixas de até setenta por cento.
No dia 12 de setembro de 1943, doze planadores DFS 230 partiram dos arredores de Roma com destino a Grans Sasso. Ao mesmo tempo, um destacamento de 300 soldados foi utilizado para controlar o teleférico que dava acesso ao hotel e isolar o acesso à área. Quando invadiram o local, os alemães teriam que enfrentar os solados coordenados pelo general-inspetor Giuseppe Gueli. No entanto, o líder militar não ofereceu resistência e descumpriu a ordem de execução imediata, caso Mussolini fosse resgatado.
Depois de ser liberto pelos alemães, Mussolini encontrou Adolf Hitler em Munique para agradecer a ação bem sucedida. Dias depois, Mussolini foi para o norte da Itália e se instalou na região da vila Gargano sob a proteção dos militares da SS. No dia 23 de setembro daquele mesmo ano, o duce anunciou um estado paralelo na Península Itálica com a proclamação da República Social Italiana.
A tentativa de retomada do poder não se consolidou durante muito tempo. Em 1945, ano final da guerra, as tropas aliadas conseguiram controlar todo o território italiano. Um grupo de comunistas italianos prendeu Mussolini e sua amante, Carla Petacci. No dia 28 de abril de 1945, ambos foram executados e tiveram seus corpos publicamente expostos em uma praça da cidade de Milão.
Por Rainer Sousa
Graduado em História