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Crise dos mísseis e guerra nuclear (1962)

Modelo de míssil balístico instalado em Cuba pela União Soviética em 1962
Modelo de míssil balístico instalado em Cuba pela União Soviética em 1962
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A Guerra Fria conheceu um de seus momentos mais tensos quando a URSS decidiu enviar a Cuba mísseis de longo alcance capazes de carregar ogivas nucleares, no evento conhecido como Crise dos Mísseis. Este fato ocorreu em 1962 e deixou o mundo alerta sobre a ocorrência de uma eminente guerra nuclear.

John F. Kennedy atuou diplomaticamente para evitar uma guerra mundial com a crise dos mísseis, em 1962.*
John F. Kennedy atuou diplomaticamente para evitar uma guerra mundial com a crise dos mísseis, em 1962.*

Cuba havia conhecido uma revolução que derrubou o ditador Fulgêncio Batista, em 1959, comandada pelos guerrilheiros liderados por Fidel Castro. Em 1961, os EUA decidiram invadir Cuba para desestabilizar o novo regime revolucionário e, com isso, derrubar Fidel Castro. O objetivo dos EUA era evitar que os investimentos estadunidenses na ilha caribenha continuassem a ser prejudicados após as nacionalizações de empresas e a reforma agrária realizada após 1959. Além disso, os EUA haviam cortado a importação do açúcar cubano e rompido relações diplomáticas.

Esse posicionamento dos EUA contra o governo de Fidel Castro proporcionou a aproximação de Cuba à URSS. Em maio de 1961, Fidel Castro anunciou publicamente o aprofundamento da revolução, afirmando que Cuba se tornaria o primeiro país socialista das Américas. A aproximação com os soviéticos tinha por objetivo conseguir apoio financeiro, técnico, econômico, diplomático e militar. Nesse último ponto, os soviéticos auxiliaram na formação do exército cubano e utilizariam Cuba como ponto estratégico contra os inimigos estadunidenses.

A posição geográfica estratégica de Cuba se devia ao fato de a ilha se localizar cerca de 150 Km da costa sul do estado da Flórida. Em voo de espionagem, a Aeronáutica dos EUA descobriu a existência de mísseis soviéticos em Cuba. Durante 13 dias, entre 16 e 28 de outubro de 1962, o perigo de guerra entre EUA e URSS tornou-se eminente. Os mísseis detectados eram os SS-5, cujo alcance chegava a 4 mil km, fazendo com que cidades como Nova Iorque, Washington e Chicago pudessem ser atingidas. A colocação dos mísseis em Cuba possivelmente foi uma retaliação ao fato de os EUA terem feito o mesmo na Turquia, Grã-Bretanha e Itália.

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Iniciaram-se dois tipos de operações por parte dos EUA. A operação militar consistia nos preparativos para a guerra, com a Marinha dos EUA criando um cordão de isolamento marítimo em torno de Cuba, impedindo a chegada de qualquer embarcação à ilha, bem como o controle do espaço aéreo, com aviões U-2 prontos a atacar tanto Cuba quanto a URSS. Inclusive, um avião espião estadunidense foi derrubado pela bateria antiaérea cubana em 27 de outubro.

A tensão militar só seria resolvida com o outro tipo de operação dos EUA, a ação diplomática. O intuito era comprovar a existência dos mísseis e pressionar a URSS para retirá-los. Os EUA conseguiram provar junto ao Conselho de Segurança da ONU a existência dos mísseis em solo cubano, o que levou a URSS a se comprometer com a retirada dos mísseis e a interromper a construção das rampas de lançamento, em troca da promessa dos EUA em não atacar Cuba.

Em 28 de outubro de 1962, John F. Kennedy e Nikita Kruschev chegaram a um acordo e colocaram fim à tensão. Entretanto, alguns resultados das ações diplomáticas e militares foram conseguidos. EUA e URSS assinaram em 1963 um acordo de proibição de testes nucleares por parte dos países, que daria origem ao Tratado de Não Proliferação de Armas, em 1968. Em relação a Cuba, o bloqueio marítimo dos EUA à ilha se manteve, sendo inclusive intensificado posteriormente a este período. O bloqueio marítimo acabou sendo utilizado como forma de garantir o embargo econômico a Cuba, que até a atualidade ainda se faz vigente.

* Crédito da imagem: Neftali e Shutterstock.com


Por Tales Pinto
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Tales dos Santos Pinto Escritor oficial Brasil Escola

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PINTO, Tales dos Santos. "Crise dos mísseis e guerra nuclear (1962)"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/crise-dos-misseis-guerra-nuclear-1962.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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