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Parece que estamos diante de uma circunstância tão corriqueira, tão trivial, não é verdade? Claro, são muitas as reclamações que temos a fazer: reclamamos contra o caos no trânsito, as elevações nos preços das mercadorias, a demora no atendimento, enfim, várias são as reclamações. Mas, como nosso objetivo tem um fim em si mesmo, deixemos a problemática de lado, e partamos para o que realmente nos interessa:
O verbo reclamar obedece à qual regência? Reclamamos algo ou de algo?
Eis que estamos diante de um fato linguístico, ora expresso pela relação existente entre os verbos e seus complementos que, por sua vez, diz respeito ao uso ou não da preposição. Em razão disso, analisemos:
Reclamarmos de algo é o mesmo que nos queixarmos de algo. Nesse caso, temos que o verbo em evidência se classifica como transitivo indireto, o qual requer o uso da preposição. Como exemplo dessa natureza, citamos:
A população reclamava do barulho constante.
Agora, caso disséssemos:
A população reclamava seus direitos.
O sentido que se atribui à ação verbal é o de exigir, reivindicar.
Nesse sentido, afirmamos que o verbo em questão se classifica como transitivo direto, dispensando, portanto, o emprego da preposição.
E mais: dependendo do contexto em que estiver empregado, o verbo reclamar poderá também ser intransitivo, ou seja, possuir sentido por si só e dispensar qualquer tipo de complemento, tal qual expresso por meio do seguinte exemplo:
Todos reclamaram bastante.
Mediante tais pressupostos, podemos reclamar sempre que necessário, mas que façamos isso de forma adequada, principalmente em se tratando de aspectos relacionados à gramática.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras