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O Brasil importa atualmente 24 milhões de metros cúbicos de gás do país vizinho, cerca de 50% do gás nacional. A Bolívia é fortemente dependente da exportação de gás natural, e com a Argentina auto-suficiente no suprimento de gás natural, o Brasil aparece naturalmente como o principal mercado consumidor para o gás boliviano.
O decreto de nacionalização de 1º de maio de 2006, fez gerar uma onda de crises entre o Brasil e a Bolívia. A Bolívia quer alterar o regime das empresas privatizadas e das companhias que ganharam concessões para explorar blocos, como a Petrobras (tem participação de 35% nos dois principais campos de gás do país, San Alberto e San Antonio).
A idéia do governo boliviano é a de transformação das empresas em executoras de um serviço para a YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos). Com um eventual rompimento entre o Brasil e a Bolívia, para os bolivianos restaria apenas como opções de grandes consumidores do gás boliviano, o Chile ou os EUA, ambas as possibilidades aparecem como econômica e politicamente problemáticas para o país.
Declaração feita recentemente pelo ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, dizendo que não se submeterá aos desejos da Petrobras, e que segue vigente o prazo que vence no final de outubro para que as multinacionais assinem novos contratos caso desejam permanecer no país.
Afirmou que a medida foi “temporariamente suspensa” para gerar “condições propicias à negociação”, mas não cancelada. Tal declaração agrava ainda mais a crise entre os dois países.
Resta apenas esperar, para saber o final da novela “O Gás Boliviano”!
Por Eliene Percília