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A expansão da agricultura até meados dos anos 1970 deu-se de forma horizontal, isto é, com a incorporação de novas áreas para aumentar sua produção. Em seguida, essa expansão ocorreu de forma vertical, isto é, houve um incremento de tecnologia para o aumento de sua produtividade. No Brasil, tal mudança ficou conhecida como “Modernização da Agricultura”.
A partir de então, o caminho da agricultura tem sido o incremento tecnológico. Essa tecnologia engloba tanto a produção de insumos agrícolas (agrotóxicos, fertilizantes, etc.) quanto a mecanização agrícola e o uso da biotecnologia. Hoje em dia há uma enorme utilização dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG), os quais os especialistas têm chamado de “agricultura de precisão”.
Dentre os desafios para a agricultura, estão principalmente a questão ambiental e a segurança alimentar. Nesse contexto é que o debate entre biotecnologia, transgênicos e agricultura orgânica ganha força.
A biotecnologia, há tempos, é uma realidade em todas as partes do planeta, pois consiste em desenvolver técnicas e tecnologias de melhoramento genético de organismos vegetais (até mesmo animais) para sua melhor adaptação a um tipo de clima, solo, relevo e etc., como também pretende desenvolver o melhoramento no manejo do solo, a fim de garantir uma melhor produtividade da lavoura.
A biotecnologia começou a produzir sementes modificadas em laboratório, os chamados transgênicos. Causador de muita polêmica, o uso dessa tecnologia ainda vai ser alvo de debate por muito tempo. Isso porque, além da preservação da biodiversidade, os produtores teriam que se subordinar a uma única empresa que detém o monopólio da patente de transgênicos. Consequentemente, a segurança alimentar mundial estaria comprometida. Para os agricultores, preocupados apenas em comercializar seu produto, tem sido positivo o uso de transgênicos, pois eles permitem a redução dos custos de produção e uma melhor produtividade.
A agricultura orgânica torna-se quase inviável em produção de larga escala. Apesar dos inúmeros benefícios à população, aos recursos naturais, ao controle dos ecossistemas, ela ainda não é viável para a segurança alimentar da população, pois seus custos são elevados e os resultados não são pragmáticos. Há que se considerar também que a estrutura fundiária é importante para a consolidação da agricultura orgânica. No caso do Brasil, um país dominado pelo latifúndio, sua expansão e consolidação fica muito mais difícil.
A agricultura do futuro é incerta. Mas sabe-se que a tecnologia é que dominará o seu cenário: tanto a biotecnologia quanto a mecanização do campo.
Por Régis Rodrigues
Graduado em Geografia