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As divergências geopolíticas existentes entre a China e o Tibete possuem grande semelhança com diversos outros conflitos dispersos no mundo, a questão territorial.
O principal interesse da China no território tibetano é decorrente da localização geográfica estratégica, pois a província se encontra no continente asiático, no sul e no centro da Ásia, o que facilita o controle da região por parte da China. Essa configuração geográfica possibilita melhor controle por parte do governo chinês, diante desse fato os líderes chineses não têm intenção de conceder a independência política total ao Tibete.
A prova da insatisfação quanto ao processo de independência tibetana foi a atitude do governo chinês que reprimiu, com o uso da força, as manifestações que aconteceram na capital do Tibete, Lhasa.
De acordo com o porta-voz do Ministro das Relações Exteriores, o chinês Liu Jianchao, a China irá lutar efetivamente pela permanência de seu controle na região. O território no qual está localizado o Tibete encontra-se em uma região que se estabelece a 4,5 mil metros acima do nível do mar, devido a essas características é chamado de “teto do mundo”, nome dado pelo fato de ser o ponto mais elevado do planeta, mais precisamente por abrigar nessa região o monte Everest, com 8.850 metros de altura.
O interesse chinês no território tibetano não está ligado somente à localização estratégica da região, mas também às suas riquezas naturais, como, por exemplo, as grandes áreas preservadas compostas por enormes florestas, consideradas um grande potencial bioenergético, sem contar as importantes jazidas de minérios presentes no território do Tibete, tais como cromo, cobre, bórax, urânio, lítio, ferro, cobalto e muitos outros.
Outro fator determinante está ligado aos recursos hídricos, uma vez que as nascentes de importantes rios asiáticos, como os rios Yang-tse-Kiang (rio Azul), Hoangho (rio Amarelo), Mekong, Indus, entre outros, nascem em território tibetano, mananciais esses que respondem por aproximadamente 30% das fontes de água da China.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia