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A Política Externa recente do Brasil caracteriza-se pela postura categórica que o país vem adotando nos últimos anos, sobretudo a partir do início do século XXI, quando o país, na visão de muitos analistas, abandonou uma posição de aceitação e subserviência e adotou uma política mais ousada. Tal política se opõe à anteriormente adotada, sobretudo durante a Guerra Fria, em que o país mantinha uma posição mais discreta e subserviente frente às grandes forças mundiais.
Tal posição pode ser ligeiramente contextualizada com o momento histórico ao qual passa a América do Sul, em que o grau de direcionamento político passa a ser predominado por concepções de esquerda ou de centro-esquerda. Alguns exemplos são os governos de Hugo Chávez, na Venezuela; José Mujica, no Uruguai; e Lula, no Brasil.
Nesse âmbito, o Brasil busca nos últimos anos se consolidar como uma liderança política em todo o mundo, com a preocupação de ocupar cada vez mais espaços decisórios mundiais, de se portar como um líder regional e tomar posições que muitas vezes são contrárias aos interesses das grandes potências. Um exemplo foi a negativa brasileira perante a ofensiva estadunidense no Iraque em 2003.
Outra questão que merece destaque é a contribuição do Exército Brasileiro em missões pacificadoras da ONU, a exemplo das intervenções no Haiti e no Timor-Leste. Tal ação se faz baseada em um claro objetivo: adquirir confiança na ONU para conseguir um espaço definitivo no Conselho de Segurança.
O Conselho de Segurança é um órgão da ONU composto por um seleto grupo de países responsáveis por tomar posições referentes a grandes conflitos e crises internacionais. Atualmente o conselho é composto por 15 membros, sendo cincos deles permanentes (EUA, China, França, Inglaterra e Rússia), além de 10 provisórios. A intenção do Brasil é fazer parte do conselho permanente, único a ter poder de veto sobre as decisões gerais tomadas.
Nesse sentido, diante de uma possível ampliação do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil procura se colocar como grande força representante da América Latina, embora alguns países dessa região se posicionem de forma contrária a essa suposta liderança, como a Argentina e o México.
Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia