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Geralmente não é tarefa fácil identificar o sexo de um escorpião, uma vez que muitas características de dimorfismo são vistas apenas em indivíduos adultos. Mas quanto ao acasalamento, esse animal não é nada discreto.
Para reprodução, o macho prende a fêmea em seus pedipalpos e realiza um ritual de corte, que consiste em arrastá-la e balançá-la por todos os lados até a liberação (no solo) de um tubo contendo esperma, denominado espermatóforo. Após essas ações, a fêmea se posiciona neste, penetrando em seu opérculo genital. Em algumas espécies, como o escorpião amarelo, há reprodução por paternogênese.
Os filhotes, após o nascimento, são conduzidos um a um pela mãe até o dorso, onde permanecem até a primeira muda e passam a viver independentes.
Quanto às aranhas, geralmente o macho tece uma teia, chamada teia espermática, e deposita ali seu esperma, injetando na fêmea em seguida. Para o acasalamento, o macho, ainda, provoca vibrações ritmadas na teia ou outro local onde está localizado com seus palpos, atraindo a fêmea. Esta, após a cópula, como muitos já sabem, arranca a cabeça de seu parceiro e a come - e o mais surpreendente é que muitos filhotes mais fortes, ao nascerem, se alimentam de seus irmãos.
Muitos machos, para evitar serem comidos – e vale lembrar que não é só a viúva negra que pratica o canibalismo – embrulham uma mosca ou algum outro “petisco” em um pacote de seda e presenteia a fêmea e, quando ela está desarmada, se aproxima e, após o acasalamento, foge.
Outros machos se aproveitam do momento da muda para se aproximarem imediatamente, já que é um momento em que a fêmea está mais vulnerável e, consequentemente, menos agressiva.
Uma maneira surpreendente de ritual consiste no macho tocar com bastante habilidade um determinado fio da teia da fêmea, indicando não ser uma presa em potencial – ou um predador, e sim um indivíduo da sua espécie com intenções de cópula.
Para encerrar, em um estilo que muitos considerariam bruto, alguns machos prendem a fêmea a fios de seda antes do acasalamento para que consigam passar seus genes adiante, mas escapando a tempo de não serem devorados!
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia