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Remédios para emagrecer: funcionam mesmo?

Quando o excesso de peso representar um risco à saúde ou quando houver ineficácia no tratamento de base, os remédios para emagrecer podem ser usados, mas com acompanhamento médico.

Remédios para emagrecer – só com orientação médica
Remédios para emagrecer – só com orientação médica
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Ao longo da história da sociedade humana, o padrão de beleza se mostrou bastante variável de acordo com o tempo e o lugar. Houve uma época, no Renascimento, em que a mulher considerada bonita tinha que ser mais “cheinha”, pois isso indicava que ela tinha uma condição econômica que a permitia se alimentar “bem”, algo raro naquela época.

Hoje ocorre o contrário, o padrão de beleza é uma mulher dotada de uma magreza que beira a desnutrição. No entanto, ambos os padrões citados contrariam as normas de saúde e bem-estar. Problemas como a anorexia e a bulimia têm sido desencadeados em razão da imposição de um padrão de beleza que ataca a autoestima das pessoas (e que, muitas vezes, não é nem mesmo possível de ser alcançado, mantendo-se a saúde).

Padrão de beleza na Renascença e atualmente

Por outro lado, a obesidade é sim um fator de alto risco de saúde, sendo considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMC) como uma doença crônica, que pode levar a problemas cardíacos, diabetes, colesterol alto, etc.

Assim, muitas pessoas obesas – principalmente jovens, que são bastante influenciáveis pela mídia, propagandas e conceitos de outras pessoas – acabam recorrendo ao uso de drogas (remédio, fármacos e medicamentos) como tratamento contra a obesidade. Mas surgem várias dúvidas:

  • Será que os remédios realmente ajudam a emagrecer?
  • Quais os riscos e benefícios desse tipo de tratamento?
  • Só os remédios já são suficientes para a pessoa deixar de ser obesa?

Entender a composição química desses medicamentos e seus efeitos pode ajudar a esclarecer esses questionamentos.

A Química desenvolveu várias drogas que são, sim, extremamente importantes no tratamento contra a obesidade. Por exemplo, algumas agem no hipotálamo, que é a parte do cérebro que atua no controle do apetite. Desse modo, existem fármacos que diminuem a fome (catecolaminérgicos) e outros que aumentam a saciedade (serotoninérgicos).

Existem também aqueles que diminuem a absorção de gorduras.

No Brasil, no ano de 1999, tivemos o lançamento do orlistat (Xenical®), primeiro inibidor seletivo de lipases intestinais, as quais são responsáveis pela clivagem e posterior absorção dos ácidos graxos.

No entanto, se esses “remédios para emagrecer” não forem administrados na forma correta, podem até mesmo matar. Casos desse tipo ocorrem com o uso de anfetaminas, substâncias orgânicas do grupo das aminas, que atuam no sistema nervoso central, diminuindo a sensação de fadiga e reduzindo o apetite. A principal anfetamina é a benzedrina, cuja fórmula está representada a seguir:

Anfetamina (benzedrina)

Esse medicamente, conhecido como “bolinha”, não pode ser usado sem recomendação médica, pois seus efeitos colaterais são muito perigosos. Além da dependência química, outros efeitos são: dores de cabeça, palpitações, aumento crônico da pressão arterial e “psicose de anfetamina”, que é uma crise parecida com a esquizofrenia, na qual a pessoa tem alucinações e se torna mais agressiva.

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Estudos mostram que alunos que usam anfetaminas têm o seu comportamento alterado, tornando-se agressivos, desrespeitosos, descuidados, desinteressados e ao fazerem exames escolares, ficam inseguros e podem responder coisas que não estão relacionadas aos assuntos pedidos nas questões.

O maior problema do uso desses remédios é a falta de orientação médica. Muitos usam esses remédios sem necessidade. Além disso, um fato que a pessoa deve ter em mente é que o uso de drogas no tratamento contra a obesidade e até mesmo a realização de procedimentos médicos não são suficientes para a perda permanente de peso.

É por isso que o Ministério da Saúde realizará uma campanha em mais de 2.500 municípios, dos dias 5 a 9 de março de 2012, com o tema: Prevenção da obesidade na infância e na adolescência, iniciativa integrada ao Programa Brasil sem Miséria, lançado pela Presidência da República em 2011. Essa campanha promoverá diversas ações que visam prevenir e controlar a obesidade, em escolas públicas do país, de educandos na faixa etária de 5 a 19 anos.

Será mostrado que o tratamento da obesidade se baseia em exercícios físicos e em mudanças dos hábitos alimentares. Quando o excesso de peso representa um risco à saúde ou ocorre uma ineficácia do tratamento de base, é necessário então um acompanhamento de apoio ao paciente por especialistas.

Esse acompanhamento será feito por equipes de Saúde da Família ligadas à Unidade de Saúde Básica (UBS), que se deslocarão até à escola para examinar as crianças e desenvolver práticas educativas de promoção, prevenção e avaliação das condições de saúde. Além disso, também serão programadas visitas da comunidade às Unidades Básicas de Saúde, ação prevista dentro da estratégia Saúde Mais Perto de Você.

A prática de atividade física e a alimentação saudável são a melhor saída para a perda de peso

Somente nos casos citados em que há risco de saúde e quando a mudança nos hábitos alimentares aliada a atividades físicas não funcionar, é que os médicos decidem se é necessário que se associem ou não medicamentos ou procedimentos cirúrgicos. Para tal, são considerados vários fatores, tais como a faixa etária, o sexo, o tipo físico, a constituição familiar, racial, fatores culturais e avaliação dos hábitos alimentares.


Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química

Escritor do artigo
Escrito por: Jennifer Rocha Vargas Fogaça Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FOGAçA, Jennifer Rocha Vargas. "Remédios para emagrecer: funcionam mesmo?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/remedios-para-emagrecer-funcionam-mesmo.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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