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Durante muito tempo, até meados do século XIX, os compostos orgânicos eram descobertos e seus nomes eram dados dependendo da sua origem. Por exemplo, o ácido fórmico foi obtido pela primeira vez através da destilação de formigas vermelhas; a ureia era obtida através da urina, o ácido láctico era adquirido por meio do leite e assim por diante.
No entanto, com o passar do tempo, a quantidade de compostos orgânicos descobertos aumentou e hoje se reconhece a existência de mais de 15 milhões deles. Assim, surgiu então a necessidade de se formular regras de nomenclaturas para esses compostos que pudessem ser aplicadas internacionalmente.
Além disso, essa nomenclatura teria que conseguir dois objetivos específicos:
1) Todos os compostos deveriam ter nomes diferentes, que os distinguissem; não poderia haver dois ou mais compostos com o mesmo nome;
2) Deveria ser possível dar o nome do composto através de sua fórmula estrutural e o contrário também; isto é, dada a fórmula estrutural, deveria ser possível a elaboração de seu nome.
Em 1892, no Congresso Internacional de Genebra, iniciou-se uma discussão e racionalização entre os químicos, no sentido de conseguir uma nomenclatura que atendesse a esses objetivos. Foram então realizadas várias reuniões internacionais e, por fim, foi criada a chamada Nomenclatura IUPAC (União internacional da Química Pura e Aplicada, sigla que vem do inglês International Union of Pure na Applied Chemistry). Assim, esse órgão ficou responsável por determinar e elaborar as regras de nomenclatura oficial de todos os compostos orgânicos conhecidos.
Resumidamente, essa nomenclatura é constituída de três partes principais:
Observe que os compostos foram divididos em funções orgânicas. Cada função é caracterizada por um grupo funcional. Por exemplo, se o composto possui somente carbonos e hidrogênios em sua estrutura, significa que ele pertence ao grupo dos hidrocarbonetos. Já se tiver o grupo OH ligado a um carbono, ele constitui um álcool e assim por diante. Os compostos pertencentes ao mesmo grupo possuem propriedades semelhantes.
A seguir temos uma tabela com a especificação dos termos mais usados na nomenclatura dos compostos orgânicos:
Veja alguns exemplos a seguir:
H3CCH3: etano
- Prefixo: como tem dois carbonos, o prefixo é et;
- Intermediário: só possui ligações simples: an;
- Sufixo: como só possui C e H, é do grupo dos hidrocarbonetos: o.
O
║
H3CCCH3: propanona
- Prefixo: possui três carbonos: prop;
- Intermediário: só possui ligações simples entre carbonos: an;
- Sufixo: tem ligação de um carbono secundário com um átomo de oxigênio, portanto é do grupo das cetonas: ona.
A nomenclatura IUPAC é considerada a nomenclatura oficial dos compostos orgânicos. Porém, ela não eliminou totalmente outros sistemas particulares de nomenclatura, como os nomes citados no início deste texto. Assim, outras formas de nomenclatura dos compostos orgânicos que não seguem as regras da IUPAC são denominadas nomenclaturas usuais.