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Etoxietano: o principal éter

O éter comum é chamado quimicamente de etoxietano, éter etílico ou dietílico. Por muito tempo ele foi usado como anestésico em cirurgias, mas hoje seu uso é restrito.

Pintura da primeira demonstração pública, em 1846, de cirurgia com anestesia com éter, no Hospital Geral de Massachusets
Pintura da primeira demonstração pública, em 1846, de cirurgia com anestesia com éter, no Hospital Geral de Massachusets
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Os éteres são um grupo funcional de compostos orgânicos que possuem em sua estrutura um átomo do elemento oxigênio entre carbonos.

Fórmula do grupo funcional dos éteres

Entre os éteres principais, o que se destaca é o comumente chamado de “éter” ou “éter comum” vendido em farmácias, que, na realidade, tem como nomenclatura oficial a denominação “etoxietano”. Pela nomenclatura usual, seu nome é “éter etílico” ou “éter dietílico”, cuja fórmula estrutural é a seguinte: H3C  CH2  O CH2 CH3.

Estrutura do etoxietano

Esse composto também é algumas vezes chamado de éter sulfúrico, em virtude da sua primeira obtenção, que foi em 1540, quando o botânico alemão Valerius Cordus realizou uma reação entre o álcool etílico e o ácido sulfúrico.

A partir de 1842 ele começou a ser usado como anestésico de inalação e por muito tempo foi usado com essa finalidade em cirurgias, visto que seus vapores fazem com que as pessoas fiquem com os músculos relaxados e causam uma ligeira afetação na pressão arterial, na pulsação e na respiração. Foi usado também como anestésico para a extração de dentes e em cirurgias de grande porte, como a feita em meados do século XIX por John Collins, em que ele retirou um tumor de um paciente.

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No entanto, depois da anestesia, o etoxietano provoca mal-estar, irritação no trato respiratório, além de colocar em risco o local da cirurgia, podendo causar incêndios, já que ele forma uma mistura altamente explosiva com o oxigênio, em que o produto é um peróxido orgânico que provavelmente atua detonando a explosão. Por isso, com o tempo ele foi substituído por outros anestésicos. Hoje ele ainda é usado como anestésico, sendo aplicado sobre a pele, o que diminui a sua sensibilidade, tornando possível, então, aplicar uma injeção, por exemplo.

Atualmente ele é mais usado como solvente apolar inerte em reações orgânicas, principalmente na extração de essências, perfumes, óleos, gorduras, entre outros. Inclusive, ele é o melhor solvente para extrair a cocaína das folhas de coca. Por causa desse fato, a sua venda é monitorada pela Polícia Federal.

Ainda hoje, a obtenção industrial do éter etílico é feita por meio do álcool etílico e do ácido sulfúrico, pela reação esboçada abaixo:

Reação de obtenção do etoxietano por meio do ácido sulfúrico


Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química

Escritor do artigo
Escrito por: Jennifer Rocha Vargas Fogaça Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FOGAçA, Jennifer Rocha Vargas. "Etoxietano: o principal éter"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/etoxietano-principal-eter.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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