Notificações
Você não tem notificações no momento.
Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Saudade do Sertão

Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

Saudades do Sertão

Eu nasci detrás daquela serra,
Na virada do estradão;
Inda trago o cheiro da terra
guardado no coração.

“É tarde, eu já vou indo,
preciso i’mbora, té manhã.
Mãe disse quando eu saí
“Filhinha, não demore”. (*)

Inda ouço o cantar da morena formosa,
toda faceira, cheia de prosa,
lá pras bandas do ribeirão.

“Piu-piu, passarinho,
chô-chô sabiá,
não deixa meu bem penar”. (**)

Também gente indo pra roça,
passando pela estrada;
às vezes, alta madrugada,
já começava a escutar.

Hoje vivo aqui sozinho,
não vem nem um passarinho
trazer notícia de lá.

Então me bate a lembrança
e eu choro aqui sentado;
pra manter viva a esperança
o dia todinho eu sonho acordado.

Durante o dia meu sertão é tão bonito.
O tempo passa calado pra não quebrar
a harmonia que a Natureza enfeixa;
sem fazer queixa, à tarde o Sol vai se deitar.

Durante a noite as estrelas mui brilhantes
vão novamente a Natureza emoldurar;
com fascinantes pinceladas de candura
a alva pura também vai colaborar.
Quando terminam se reúnem no horizonte,
ao Sol levante ela vão anunciar:

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Pronto, Mestre Radiante,
recompomos a feição
do seu dia deslumbrante
com a nossa inspiração.
Do seu trono fulgurante
mande que o galo cante
pra despertar o sertão.

Então desponta a manhã tão sonolenta.
Qual princesinha graciosa aberta em flor,
inda boceja,
desnudando a beleza,
do seu perfume espargindo todo o ardor.

Essas imagens desde há muito me fascinam,
me recriminam, me convidam a voltar,
soltar as asas, libertar o pensamento,
(Que sofrimento, como é triste recordar!).

Choro quando a Estrela D’Alva
faz surgir o seu clarão;
sua luz aponta a estrada
indicando a direção.
Ela inda me diz baixinho:
Anda, segue o teu caminho
que eu clareio o estradão.

(*) trecho de domínio público;
(**) trecho de autor ignorado.

João Cândido da Silva Neto
Colunista Brasil Escola.com
candidojooneto@yahoo.com.br

Escritor do artigo
Escrito por: Brasil Escola Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

ESCOLA, Brasil. "Saudade do Sertão"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/saudade-sertao.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante