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A política externa dos Estados Unidos sempre foi alvo de discussão entre diversos críticos e analistas. Em sua grande maioria, taxam a grande potência econômica como adepta a práticas de natureza imperialista. Nos últimos anos, a ocupação norte-americana no Iraque vem sendo compreendida como um dispendioso conflito que esconde pretensões de motivação econômica. Por causa disso, o Iraque é visto como um “novo Vietnã”.
Para compreender melhor esse tipo de crítica, podemos realizar uma breve comparação entre a Ocupação do Iraque (2003 –...) e a Guerra do Vietnã (1964 – 1975). Na Guerra do Vietnã, a justificativa utilizada foi o suposto ataque de comunistas do Vietnã do Norte aos navios “USS Maddox” e “USS Turney Joy”. No entanto, um incidente dessa proporção não poderia ser suficiente para que exércitos fossem imediatamente mobilizados para que uma intervenção militar fosse realizada.
Segundo alguns estudiosos do assunto, a justificativa viria a camuflar todo um investimento militar que os Estados Unidos já realizavam junto à ditadura pró-capitalista que dominava o Vietnã do Sul. Da mesma forma, o caso iraquiano se assemelha quando um tipo de acusação infundada (a fabricação de armas químicas no Iraque) ganhou “força política” no mesmo período em que os valores dos barris de petróleo disparavam no mercado internacional.
Além disso, observamos que no caso do Vietnã as tropas americanas não tinham a exata noção de como proceder mediante os ataques do inimigo. Os guerrilheiros vietnamitas, mais conhecidos como vietcongues, aproveitavam do conhecimento do território para organizar grandes emboscadas pela selva. Paralelamente, os militares vietnamitas construíram uma rede de abrigos subterrâneos e também constituíam uma eficiente estratégia de guerra.
No Iraque, podemos assinalar que o número de baixas contra os soldados norte-americanos é bem menor. Enquanto no Vietnã mais de cinqüenta mil soldados estadunidenses morreram, no combate iraquiano aproximadamente 3.500 soldados perderam a vida pelo “Tio Sam”. Porém, assim como no Vietnã, o governo dos EUA não sabe bem ao certo se seus inimigos foram completamente vencidos. Afinal, é difícil perceber que o “terror” deixou de agir em prol de seus interesses. Seriam os terroristas novos vietcongues? Só o tempo irá dizer.
Por Rainer Sousa
Graduado em História