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A conquista dos astecas foi um dos capítulos da conquista da América Espanhola realizada após a chegada dos europeus nesse continente. Os astecas foram uma civilização mesoamericana que habitava a região do atual México e mantinham sob domínio de seu imperador, Montezuma, uma vasta população e vários territórios.
Tópicos deste artigo
- 1 - Expedição de Hernán Cortés e chegada ao México
- 2 - Marcha de Cortés rumo a Tenochtitlán
- 3 - Desentendimentos e guerra contra os astecas
- 4 - Causas da vitória espanhola
Expedição de Hernán Cortés e chegada ao México
A conquista dos astecas foi um feito atribuído ao espanhol Hernán Cortés. Esse processo iniciou-se no ano de 1519 quando Cortés partiu de Cuba com cerca de 500 homens distribuídos em onze embarcações. A historiadora Marianne Mahn-Lot afirma que ele obteve o dinheiro para a expedição por um empréstimo.
A expedição de Cortés tomou o rumo da Península de Iucatã e estabeleceu-se no litoral mexicano onde ficava a cidade totonaca de Cempoala. Assim que se instalou, Cortés recebeu inúmeros emissários do imperador asteca Montezuma. A comunicação entre espanhóis e os emissários astecas era realizada por uma intérprete nativa chamada Malinche, que falava nahuatl (idioma dos astecas) e havia aprendido espanhol.
Os contatos iniciais foram pacíficos e foram feitos por meio da troca de presentes entre espanhóis e astecas. Durante as conversas, Cortés deixou claro as suas intenções de ir visitar a capital asteca, Tenochtitlán. No entanto, o imperador recusou-se a receber os espanhóis em sua cidade.
Marcha de Cortés rumo a Tenochtitlán
A intenção de Cortés de seguir para Tenochtitlán começou a ser colocada em prática por meio da diplomacia. Em seguida, Cortés conseguiu fazer uma aliança com o povo totonaque, que estava submetido aos astecas e era obrigado a pagar altíssimos impostos para o imperador Montezuma. Caso isso não acontecesse, os astecas dizimariam as vilas totonacas. Cortés, então, convenceu os totonacas a lutarem contra os astecas para que se livrassem dos impostos cobrados.
Pouco antes de partir rumo à capital asteca, Cortés fundou a cidade de Veracruz nas proximidades de Cempoala e partiu com cerca de 450 espanhóis e milhares de guerreiros totonacas. Durante o trajeto, outro povo local, os tlaxcaltecas, surgiu como obstáculo. Houve uma batalha entre os guerreiros de Cortés e os tlaxcaltecas, que resultou na vitória dos espanhóis. Após a derrota, os tlaxcaltecas foram convencidos a aliar-se aos espanhóis.
A derrota dos tlaxcaltecas foi um baque para Montezuma. Eles eram uma tribo local que não havia sido subjugada pelos astecas, portanto, eram independentes. O imperador asteca tinha esperanças de que os tlaxcaltecas derrotassem os espanhóis. No entanto, isso não aconteceu, e Cortés acabou ganhando um poderoso aliado.
A marcha dos espanhóis seguiu e, em Cholula, houve um grande massacre de astecas. O chamado Massacre de Cholula foi resultado de um suposto desentendimento entre astecas e espanhóis nessa cidade. O resultado disso foi um grande número de astecas mortos pelos espanhóis no templo religioso da cidade.
Após esse evento, Montezuma autorizou a entrada dos espanhóis na cidade de Tenochtitlán, em 3 de novembro de 1519. Os relatos espanhóis retratam o encantamento com a grandiosidade das construções da capital asteca. Acredita-se que a cidade de Tenochtitlán nessa época possuía uma população superior a 200 mil habitantes.
Desentendimentos e guerra contra os astecas
Os contatos iniciais em Tenochtitlán foram pacíficos. No entanto, isso mudou. Cortés precisou retornar a Veracruz, mas, antes, deixou Montezuma como refém na posse de alguns de seus homens que ficaram em Tenochtitlán. Quando voltou à capital asteca, Cortés encontrou a cidade em estado de rebelião após desentendimentos entre os espanhóis que ficaram e os astecas.
A rebelião forçou os espanhóis a fugirem da cidade. A fuga, no entanto, foi desastrosa e metade da força de Cortés foi morta durante essa ação. Esse episódio foi nomeado pelos espanhóis como La Noche Triste (A Noite Triste). Durante a confusão de Tenochtitlán, o imperador Montezuma morreu depois de levar uma pedrada no crânio.
Após fugir, Cortés retomou os preparativos para reagrupar as forças para a conquista de Tenochtitlán. O cerco à cidade foi realizado por inúmeros barcos construídos pelos espanhóis, uma vez que ela estava em uma ilha localizada no meio do lago Texcoco. A capital asteca estava enfraquecida por causa de um surto de varíola e foi conquistada após combates violentos.
Com a queda da capital, as outras cidades astecas foram sendo progressivamente dominadas pelos espanhóis. Cortés foi instituído pelo rei espanhol, Carlos V, como vice-rei da Nova Espanha.
Causas da vitória espanhola
Os astecas eram uma civilização extremamente avançada e com uma organização social complexa. A vitória dos espanhóis foi vista com surpresa, pois, em termos de número, a força espanhola era muito menor que a asteca. No entanto, os historiadores atribuíram três razões que ajudam a entender como foi construída a vitória dos espanhóis:
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Superioridade armamentícia: os espanhóis possuíam armamentos muito superiores em comparação aos nativos. O destaque vai para os canhões, as balestras (também conhecidas como besta) e o cavalo (não existiam cavalos na América);
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Doenças contagiosas: o contato dos nativos com o espanhol trouxe aos nativos uma série de doenças para as quais eles não possuíam anticorpos. A varíola, em especial, foi a mais mortal e dizimou populações indígenas inteiras em várias partes da América;
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Alianças: a política de Cortés de aliar-se com outros povos indígenas inimigos dos astecas foi muito eficaz, pois fortaleceu suas fileiras de combatentes e permitiu-lhe conhecer o inimigo e a região.
Por Daniel Neves
Graduado em História