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A história do sutiã está ligada ao desenvolvimento da indústria têxtil e também à moda das vestimentas no capitalismo do século XX. Desde a Antiguidade as mulheres utilizavam de algum tipo de indumentária para poder sustentar os seios, ao menos no mundo ocidental.
Nos finais da Idade Média, entre as mulheres da aristocracia, passou-se a utilizar o espartilho, peça de vestimenta muito justa no busto, utilizada também com um objetivo estético de realce dos seios. Porém, tal peça era extremamente desconfortável e asfixiante.
Para superar esses incômodos, estilistas de alguns países passaram a desenvolver novas peças que fossem mais agradáveis ao uso cotidiano, ao menos para quem poderia pagar por isso.
Uma das primeiras alterações do espartilho em direção ao que hoje conhecemos como sutiã foi realizada por Herminie Cadolle. Ela decidiu cortar em duas partes o tradicional espartilho, dando as primeiras configurações do que viria a ser o primeiro sutiã. Como uma mulher de negócios, Cadolle patenteou a invenção em 1889. A ação de criar essas patentes foi comum na origem da peça.
Em 1914, foi a vez de Mary Polly Jacob, uma jovem socialite nova-iorquina, patentear sua criação. Mary Jacob é considerada a inventora do sutiã, em decorrência de ter desenvolvido uma peça em 1913 para utilizar com um vestido de festa. Com sua empregada, Mary Jacob utilizou algumas fitas e dois lenços para sustentar seus seios sob um vestido mais leve que os comumente utilizados. Apesar de patentear a invenção, não obteve sucesso nas tentativas de venda para empresas têxteis. Mary Jacob vendeu sua criação para a Warner Bros por pouco mais de 1500 dólares. A empresa faturou posteriormente mais de 15 milhões com o produto adquirido.
A partir daí o sutiã começou a ser popularizado em decorrência da produção em larga escala, da necessidade de um maior conforto para as mulheres em seus trabalhos e também em decorrência de avanços tecnológicos na produção dos tecidos.
Na década de 1920, Coco Channel influenciaria a produção de sutiãs que achatavam os bustos das mulheres. Na década seguinte os bojos de enchimento e estruturas metálicas seriam adotados para dar a impressão de seios mais fartos.
Com o desenvolvimento do náilon pela empresa estadunidense Dupont, o sutiã ganharia elasticidade e resistência a partir da década de 1950. Esse novo material possibilitou ainda a criação de peças que buscavam realçar a beleza do busto feminino.
O advento do movimento feminista na década de 1960 transformou o sutiã em um símbolo de superação do machismo, quando um grupo de mulheres queimou sutiãs nos EUA no final da década em protesto contra um concurso de miss.
A peça continua a ser produzida em massa e é largamente utilizada por mulheres do mundo todo. O desenvolvimento tecnológico capitalista em máquinas e materiais possibilita que, nos dias atuais, o sutiã possa adquirir formatos, cores e temas muito variados, acompanhando as necessidades criadas pelo mundo da moda.
Por Tales Pinto
Mestre em História