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Terceira Guerra Púnica

O senador romano Catão foi um dos maiores entusiastas da Terceira Guerra Púnica.
O senador romano Catão foi um dos maiores entusiastas da Terceira Guerra Púnica.
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Após bater os cartagineses na Segunda Guerra Púnica, os romanos pareciam ter o caminho livre para que pudessem conquistar todo o restante do Mar Mediterrâneo. De fato, sem nenhuma chance de reverter a derrota sofrida, os cartagineses desistiram da guerra e passaram a promover o desenvolvimento de sua economia agrícola. Aos poucos, os alimentos produzidos pelos derrotados passaram a competir com os proprietários romanos da Península Ibérica.

Sob o aspecto político, os cartagineses foram obrigados a assinar um tratado de paz repleto de punições e vantagens para o governo romano. Primeiramente, Cartago não poderia declarar guerra a nenhuma outra civilização caso não tivesse a devida aprovação do Senado Romano. Além disso, uma considerável parte das terras férteis cartaginesas foram entregues para os numidas, um dos maiores inimigos de Cartago no continente africano.

No meio tempo em que os cartagineses buscavam recuperar sua economia, os romanos saíram em busca de novas terras ao longo do Mar Mediterrâneo. Rapidamente, as regiões da Grécia, Síria e Dalmácia foram tomadas, garantindo a ampliação dos domínios e o fortalecimento da economia romana. Os cartagineses conseguiram recuperar o potencial econômico de suas terras e competir com os gêneros agrícolas dos proprietários de terra romanos.

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Os patrícios, que então controlavam o Senado, passaram a exercer forte pressão para que o governo promovesse uma nova guerra contra os cartagineses. Contudo, para além de seus interesses particulares, os proprietários de terra não possuíam nenhuma motivação plausível para tal gasto militar. Catão, um célebre senador romano dessa época, realizava um verdadeiro “lobby” político encerrando todos os seus discursos pedindo a destruição imediata de Cartago.

Para resolver o impasse, os dirigentes romanos elaboraram uma estratégia que poderia mascarar suas motivações estritamente econômicas. Sem anunciar publicamente, Roma instigou Massissina, rei da Numídia, a promover uma série de ataques e pilhagens contra as possessões cartaginesas. Cumprindo o tratado firmado com Romano, os cartagineses fizeram vários pedidos requerendo autorização para que pudesse lutar contra as tropas da Numídia.

Os senadores, interessados na destruição de Cartago, não deram ouvidos aos requerimentos ao longo de dois anos. Não suportando mais tamanha negligência, os cartagineses, em 150 a.C., atacaram os numidas sem a aprovação romana. A partir de então, Roma encontrou a desculpa necessária para finalmente aniquilar a cidade de Cartago.

Após um terrível cerco de setenta dias, as forças romanas promoveram a destruição completa de Cartago e transformou todos os sobreviventes em escravos. Segundo algumas pesquisas, mais de 600 mil pessoas foram mortas nesse truculento processo de invasão. Conforme reza uma lenda, findada a destruição, os senadores romanos mandaram que as terras cartaginesas fossem salgadas para que nada ali brotasse.

Por Rainer Sousa
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

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SOUSA, Rainer Gonçalves. "Terceira Guerra Púnica"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/terceira-guerra-punica.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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