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Revolta Dezembrista

Um simples mal-entendido promoveu uma revolta militar contra o czar Nicolau I.
Um simples mal-entendido promoveu uma revolta militar contra o czar Nicolau I.
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Nas primeiras décadas do século XIX, o governo czarista da Rússia experimentou um grave levante que ameaçou a ordem absolutista. No dia 19 de dezembro de 1825, o czar Alexandre I morreu repentinamente sem deixar um herdeiro para sucedê-lo. Dessa forma, o substituto natural para o cargo era seu irmão Constantino, na época, ocupante do cargo de vice-rei da Polônia.

A chegada de Constantino no poder agradava imensamente importantes membros da alta cúpula militar imperial. A grande expectativa dos militares era a de que Constantino fosse capaz de empreender reformas liberais e finalmente transformasse a Rússia em uma monarquia constitucional. Entretanto, por razões de cunho pessoal, Constantino abriu mão do cargo, deixando-o sob a incumbência de Nicolau I, seu irmão mais novo.

Para oficializar a sua renúncia, Constantino teve o cuidado de redigir um documento em que determinava as ações a serem tomadas. Contudo, o manifesto de Constantino ficou secretamente mantido no Senado e na cúpula da Igreja Ortodoxa. Dessa forma, Nicolau I ficava em uma desconfortável situação política. Afinal de contas, os militares russos repudiariam qualquer tentativa de golpe realizada por este impopular membro da dinastia Romanov.

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No dia 14 de dezembro, Nicolau I organizou os protocolos que oficializariam sua chegada ao trono russo. Na mesma data, sem ter o mínimo conhecimento sobre a abdicação de Constantino, os militares russos entregaram um manifesto jurando completa fidelidade ao vice-rei da Polônia. Com isso, a Praça do Senado, local da posse, se transformou em um imenso barril de pólvora prestes a explodir por causa de um simples desentendimento.

Notando a tensão instaurada, Nicolau I convocou membros das forças militares fiéis ao governo para sufocar a rebelião que estava para acontecer. Os revoltosos que se puseram contra o governo lutaram sem ter noção de que o novo imperador russo não estava realizando um golpe de Estado. Segundo o historiador Henri Troyat, muitos revoltosos gritavam em defesa da Constituição pensando que ela seria a mulher de Constantino.

Após a vitória das forças oficiais, o czar Nicolau I empreendeu uma terrível perseguição contra o movimento dezembrista. Além da prisão de três mil pessoas, o novo imperador ordenou o exílio de 120 participantes e o fuzilamento de outros cinco líderes. Como se já não bastassem as insatisfações contra o próprio regime, esse terrível mal-entendido somente avolumou a oposição aos czares russos.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Revolta Dezembrista"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/revolta-dezembrista.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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