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Ao longo de sua carreira como militar, Napoleão Bonaparte construiu uma quase inabalável fama de conseguir triunfar em batalhas que pareciam estar praticamente perdidas. O seu comportamento eloquente, o vínculo próximo junto a seus comandados e o exímio conhecimento de estratégia foram decisivos para que o processo revolucionário francês não fosse terrivelmente sufocado pelas tropas absolutistas.
Logo após derrubar o Diretório e se transformar em Primeiro Cônsul, Napoleão acreditava que não seria interessante reorganizar as suas tropas em um único grupamento. Contrariando o óbvio, decidiu dividir os seus exércitos em diferentes frentes. Tal ação era tomada com a expectativa de que as forças austríacas não empreendessem um ataque contra a França.
Entretanto, as forças do general Michael Von Melas se lançaram à sorte contra os franceses em um ataque surpresa na região de Marengo, norte da Itália. Confiante de que poderia abater as tropas napoleônicas facilmente, o general Melas decidiu repassar o comando das tropas para antecipar as notícias e recompensas da vitória de seu exército na cidade de Viena. A atitude tomada, de natureza visivelmente presunçosa, acabou se transformando na grande oportunidade dos militares franceses.
O general-major Anton Zach, novo responsável pelas tropas austríacas, cometeu o erro de posicionar os seus comandados em uma única e extensa fileira. Até aquele momento, as divisões francesas estavam com pouca munição e sem condições de conter a investida dos austríacos. Entretanto, ao perceber longinquamente os disparos de canhão na direção de Marengo, o general Louis Desaix, enviado um dia antes para a Áustria, ordenou que seus soldados retornassem para a região italiana.
Com o reforço surpresa de cinco mil combatentes, Napoleão e Desaix tiveram condições para fazer frente contra as poderosas forças da Áustria. Logo em seguida, dando maior corpo àquela virada que parecia impossível, o general François Etienne Kellerman e a sua cavalaria empreenderam um ataque surpresa pela ala esquerda dos austríacos. Com isso, a formação dos inimigos foi completamente desordenada e a França garantiu o triunfo nessa impressionante batalha.
Ao fim, podemos observar que este conflito rendeu um grande número de baixas para ambos os lados do conflito. Os franceses perderam mais três mil soldados e tiveram um número semelhante de feridos. Já os austríacos contabilizaram cerca de três mil soldados aprisionados e mais de sete mil comandados entre mortos e feridos. No dia 15 de julho de 1800, um dia após a batalha de Marengo, o general Melas assinou o acordo que determinou a retirada de suas tropas da Itália.
Por Rainer Sousa
Graduado em História