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A Cruz Vermelha – ou, mais especificamente, o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho – é uma organização humanitária não vinculada a qualquer Estado ou governo que foi criada para auxiliar e prestar urgentes socorros a pessoas vítimas de conflitos armados e catástrofes naturais. No dia 08 de agosto, comemora-se o aniversário da criação dessa organização, que ocorreu no ano de 1863 e, desde então, já ganhou três prêmios Nobel da Paz, em 1917, 1944 e 1963.
♦ Origem da Cruz Vermelha
O empresário suíço Henri Dunant (1828-1910) é considerado o fundador ou um dos principais responsáveis pela origem da Cruz Vermelha. No ano de 1859, durante uma viagem de negócios, ele testemunhou um conflito entre tropas pertencentes à Áustria e à França, na chamada Batalha de Solferino, que gerou uma grande quantidade de mortos e feridos. Diante dessa chocante realidade, Dunant sentiu a necessidade de promover um auxílio neutro a esse tipo de situação, publicando três anos depois a obra Uma Lembrança de Solferino, a qual retratava o ocorrido e sugeria a criação de entidades humanitárias internacionais de socorro aos feridos.
A obra de Henri Dunant teve uma grande repercussão em toda a Europa diante do notório problema que abordava. Desse modo, o governo suíço nomeou-o para liderar uma comissão que teria como intuito a viabilização das propostas humanitárias por ele elaboradas. Essa teria sido a origem da Cruz Vermelha. O curioso é que Dunant, de milionário, tornou-se falido e chegou a mendigar, tendo se recuperado com a ajuda de admiradores do seu trabalho e, depois, sido agraciado com o Nobel da Paz em 1901.
O principal marco da Cruz Vermelha foi a realização de sua Conferência em 1864, um ano após a sua fundação, na cidade de Genebra. Nesse encontro, foram definidos os princípios básicos da entidade, como a neutralidade e o compromisso de prestar auxílio médico humanitário aos dois lados de um mesmo conflito, sem se importar com convicções pessoais e ideológicas. Outra decisão foi a criação do símbolo em formato de cruz vermelha, o que não foi bem aceito pela população islâmica, que, mais tarde, passou a adotar o símbolo do Crescente Vermelho para representar essa organização.
Em países de maioria islâmica, a organização é representada pelo Crescente Vermelho
♦ Princípios da Cruz Vermelha
As ações dos voluntários dessa organização são pautadas em sete princípios fundamentais, a saber:
1) Humanidade – auxiliar todos os feridos dentro e fora dos campos de batalha de modo a minimizar o sofrimento humano e promover o respeito e a paz entre os povos.
2) Imparcialidade – não considerar as nacionalidades e ideologias como critérios para a prestação de auxílio, que deve ser dado a toda e qualquer pessoa da mesma forma e eficiência.
3) Neutralidade – restringir a atuação apenas à promoção de auxílio médico e humanitário, de modo a não tomar parte ou opinião oficial sobre qualquer aspecto dos fatos.
4) Independência – garantir a independência governamental da entidade, de modo a conservar a sua total autonomia diante de leis e imposições dos Estados.
5) Voluntariado – o trabalho deverá ser de socorro voluntário e desinteressado, ou seja, sem a obtenção de lucro individual ou coletivo.
6) Unidade – a cruz vermelha não pode se dividir ou se organizar em grupos não coesos. Desse modo, cada país só pode ter uma única sociedade vinculada à entidade.
7) Universalidade – o dever da cruz vermelha é o de atuar em todo o mundo, sem restrições territoriais ou opção por determinados lugares de atuação.
A Cruz Vermelha possui uma extrema importância e já salvou milhões de vidas em todo o mundo. Ao todo, são mais de 90 milhões de voluntários espalhados por todas as áreas do globo terrestre. No Brasil, a entidade foi fundada em 1908, mas foi reconhecida pelo comitê internacional da organização apenas no ano de 1912.
Por Me. Rodolfo Alves Pena