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Nos dias atuais, as pessoas estão cada vez mais interessadas em receber informações no menor espaço de tempo possível. Essa demanda acabou não só influenciando no aprimoramento dos meios de comunicação, mas também acabou moldando as qualidades dos textos que repassam conhecimento. Ao invés de longos e intermináveis tratados sobre um assunto, as pessoas optam por textos curtos e objetivos.
Dessa forma, poderíamos dizer que o leitor contemporâneo tem dado expressa preferência àquilo que costumamos chamar de o “resumo da ópera”. Para alguns, essa expressão poderia ser uma chacota com as longas horas que marcam esse tipo de apresentação de música clássica. Entretanto, o emprego dessa expressão idiomática já existia antes mesmo que a música clássica, no século XVI, experimentasse seus primeiros flertes com os elementos teatrais.
Do ponto de vista histórico, a expressão “ópera” tem origem italiana e servia para nomear qualquer tipo de obra arquitetônica, literária ou musical. No caso dos livros, os italianos estipularam o costume de editar algumas encadernações onde aglomeravam o chamado “sommario dell’opera” (resumo da obra) de várias publicações que haviam sido feitas ao longo de um determinado período.
No século XVII, a popularização do teatro lírico foi lentamente transformando a palavra ópera em sinônimo desse tipo de manifestação artística. De fato, como as óperas incorporavam uma narrativa extensa e nem sempre conhecida por todos os seus apreciadores, os organizadores do espetáculo passaram a fabricar pequenos livretos com o tal “resumo da ópera”.
Daí em diante, esse tipo de entretenimento e a própria expressão foram ganhando terreno em vários pontos do Velho Mundo. Sendo a língua dotada de grande dinamicidade, a expressão acabou sendo utilizada para fazer referência ao resumo de qualquer assunto ou material. No caso do Brasil, assim como em outras diversas situações, o “resumo da ópera” foi provavelmente trazido pelos nossos colonizadores portugueses.
Por Rainer Sousa
Graduado em História